2º dia

Com participação da defesa de Bolsonaro, STF retoma nesta quarta julgamento da tentativa de golpe

Sessão será dedicada às sustentações da defesa do ex-presidente e de ex-ministros acusados de participação na tentativa de golpe de estado

Do HOJE EM DIA*
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Publicado em 02/09/2025 às 18:41.Atualizado em 02/09/2025 às 20:16.
STF encerrou nesta terça-feira (2) o primeiro dia do julgamento de Jair Bolsonaro e outros sete réus; sessão será retomada nesta quarta (3), com a defesa do ex-presidente e de ex-ministros (Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)
STF encerrou nesta terça-feira (2) o primeiro dia do julgamento de Jair Bolsonaro e outros sete réus; sessão será retomada nesta quarta (3), com a defesa do ex-presidente e de ex-ministros (Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta quarta-feira (3), a partir das 9h, o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de mais sete réus, acusados de envolvimento no núcleo 1 da trama golpista.

A sessão será marcada pelas sustentações orais das defesas de Bolsonaro, do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, do ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e do general Walter Braga Netto, candidato a vice na chapa presidencial em 2022.

O primeiro dia de julgamento terminou na noite desta terça-feira (2), quando a Primeira Turma suspendeu a sessão por volta das 17h55. Pela manhã, o relator, ministro Alexandre de Moraes, apresentou o relatório do processo, que reúne todas as etapas da ação penal. Em seguida, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, defendeu a condenação de Bolsonaro e dos demais acusados.

Na parte da tarde, começaram as sustentações dos advogados. A defesa de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens, foi a primeira a falar, negando que o militar tenha sido coagido pelo ministro Alexandre de Moraes ou por integrantes da Polícia Federal a colaborar na delação premiada e defendeu a manutenção do acordo firmado.

A defesa do ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, ficou a cargo do advogado Paulo Renato Cintra. Ele negou que o parlamentar tenha ordenado monitoramento ilegal de ministros do Supremo e adversários políticos de Bolsonaro. Segundo Cintra, Ramagem apenas “compilava pensamentos do presidente da República”.

No caso do almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, os advogados argumentaram que ele não colocou as tropas à disposição da tentativa de golpe de Estado para reverter o resultado das eleições de 2022.

Por fim, a defesa do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF, Anderson Torres, classificou a chamada minuta do golpe encontrada pela Polícia Federal como “minuta do Google”.

O cronograma prevê oito sessões para análise do caso, marcadas para os dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro. A fase de votações, quando os ministros decidirão sobre condenações ou absolvições, deve começar somente nas próximas reuniões. As penas podem ultrapassar 30 anos de prisão.

Quem são os réus?

  • Jair Bolsonaro – ex-presidente da República
  • Alexandre Ramagem – ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin)
  • Almir Garnier – ex-comandante da Marinha
  • Anderson Torres – ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF
  • Augusto Heleno – ex-ministro do GSI
  • Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa
  • Walter Braga Netto – ex-ministro de Bolsonaro e candidato a vice em 2022
  • Mauro Cid – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro

Crimes em análise

  • Organização criminosa armada,
  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito,
  • Golpe de Estado,
  • Dano qualificado pela violência e grave ameaça, 
  • Deterioração de patrimônio tombado.

A exceção é o caso do ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem, que, atualmente, é deputado federal. Ele foi beneficiado com a suspensão de parte das acusações e responde somente a três dos cinco crimes. A possibilidade de suspensão está prevista na Constituição.

*Com informações de Agência Brasil

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