CONTRA-ATAQUE

Denúncia sobre suposta propina faz Marcelo Aro apresentar queixa-crime contra Gabriel Azevedo

Secretário diz ser vítima de calúnia, injúria e difamação por parte do atual presidente da Câmara de BH

Ana Paula Lima
apaula@hojeemdia.com.br
07/11/2023 às 21:31.
Atualizado em 07/11/2023 às 22:12
Aliados em outros tempos, Gabriel Azevedo (sem partido) e Marcelo Aro (PP) se tornaram desafetos políticos; mãe de Aro, vereadora Professora Marli (PP) é relatora do processo que investiga se houve quebra de decoro parlamentar pelo presidente da Câmara de BH

Aliados em outros tempos, Gabriel Azevedo (sem partido) e Marcelo Aro (PP) se tornaram desafetos políticos; mãe de Aro, vereadora Professora Marli (PP) é relatora do processo que investiga se houve quebra de decoro parlamentar pelo presidente da Câmara de BH

O presidente da Câmara de Belo Horizonte, Gabriel Azevedo (sem partido), poderá ter que se explicar à Justiça após acusar Marcelo Aro (PP) de participar de um suposto esquema de propina envolvendo o transporte público em Belo Horizonte. Menos de 24 horas após a declaração, os advogados de Aro, atual secretário de Estado da Casa Civil, apresentaram uma queixa-crime contra o vereador por calúnia, difamação e injúria.

A fala de Gabriel aconteceu na última segunda-feira (6), durante reunião da comissão processante da Câmara que apura o pedido de cassação do mandato dele por quebra de decoro parlamentar. No encontro, transmitido ao vivo pelo YouTube, o chefe do Legislativo foi ouvido para dar a própria versão dos fatos e apresentar a defesa ao grupo.

No depoimento, porém, acusou Aro e outro vereador de exigirem que não pautasse o projeto para concessão de subsídio às empresas de ônibus de BH porque os dois estariam negociando receber “dinheiro vivo” de um empresário do setor de transportes da capital. Na ocasião, Gabriel não apresentou provas.

Em nota divulgada à imprensa na segunda (6), Aro, que é secretário de Estado da Casa Civil, disse que as acusações eram “infundadas” e que Gabriel queria “palco”.

Na queixa-crime protocolada na Justiça mineira, os advogados de Aro dizem que Gabriel imputou fatos criminosos falsos e ofendeu a dignidade e o decoro do secretário, sendo um agravante a divulgação do conteúdo pela internet, aumentando a repercussão do caso. Para o crime de calúnia, o mais grave dos três, a pena prevista é de detenção de seis meses a dois anos, e multa. A Justiça poderá receber ou não a denúncia feita por Aro. 

Gabriel informou, por meio da assessoria, que ainda não foi notificado sobre o caso. O presidente da Câmara convocou para esta quarta-feira (8), quando deve acontecer o último depoimento na comissão processante, uma coletiva de imprensa para se posicionar sobre a denúncia.

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