Ex-colegas

Deputada Nely Aquino quer cassação do vereador Gabriel Azevedo por suposta quebra de decoro

Da Redação
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Publicado em 28/08/2023 às 19:03.
Vereadora Nely Aquino e Gabriel Azevedo durante reunião na CMBH em outubro de 2022 (Abraão Bruck/CMBH)

Vereadora Nely Aquino e Gabriel Azevedo durante reunião na CMBH em outubro de 2022 (Abraão Bruck/CMBH)

A deputada federal Nely Aquino (Podemos) protocolou nesta segunda-feira (28) um pedido de cassação do mandato do atual presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), Gabriel Azevedo (sem partido). Ela alega quebra de decoro parlamentar para justificar o pedido. O político disse que não se intimida.

Nely Aquino é ex-presidente da Câmara de Vereadores. Segundo ela, Gabriel cometeu uma série de atos "incompatíveis com a dignidade do cargo". Dentre eles, citou abuso de autoridade, agressões verbais contra outros vereadores, atuação irregular em CPI e exoneração de funcionários por perseguição política. 

A deputada cobra o afastamento imediato, com a presidência sendo ocupada pelo primeiro vice, vereador Professor Juliano Lopes (AGIR).

Já Gabriel Azevedo disse que está de "cabeça erguida". Ele também partiu para o ataque contra Nely. Por nota, afirmou que grupo político da deputada "vendeu a alma" para o prefeito Fuad Noman, além de coagir vereadores.

"Diante de todos os problemas da cidade, o grande objetivo deles é cassar o vereador que denunciou a máfia do lixo muito antes do próprio TCE derrubar a licitação da prefeitura? Estão frustrados com os repetidos cortes no subsídio das empresas de ônibus? Ou é só uma chantagem pra conseguir mais cargos?".

Veja, abaixo, a íntegra das notas dos dois parlamentares:

Deputada federal Nely Aquino

Protocolei no início da tarde desta segunda-feira, 28 de agosto de 2023, na Câmara Municipal de Belo Horizonte, um pedido de cassação do mandato de seu presidente, vereador Gabriel Azevedo, por quebra de decoro parlamentar. Também defendo na peça o afastamento imediato do vereador do cargo de presidente, durante a tramitação do processo, por estar impedido legalmente de atuar no caso e usar seu poder em benefício próprio e para intimidar os colegas vereadores. No período, a presidência deve ser ocupada pelo primeiro vice, vereador Professor Juliano Lopes.

Gabriel Azevedo cometeu uma série de atos que atentaram contra o decoro parlamentar. Atos que são incompatíveis com a dignidade do cargo parlamentar e a imagem pública dessa Casa Legislativa que conheço tão bem, como vereadora e sua presidente. Entre as irregularidades cometidas por Gabriel Azevedo, estão:

Abuso de autoridade, com antecipação pública de atribuição de culpa antes mesmo de concluídas as apurações da CPI da Lagoa da Pampulha;Agressões verbais inaceitáveis à vereadora Flávia Borja, com evidências de machismo, misoginia e intolerância religiosa;Agressões verbais aos vereadores do Partido Democrático Trabalhista (PDT), com indícios de racismo e preconceito social;Atuação irregular em CPI, substituindo membros e antecipando decisões sigilosas;Atos cometidos no final da semana passada contra o vereador Marcos Crispim, corregedor da Câmara Municipal. Atos que incluem fraude, estelionato, gravações ilegais, além da quebra de confiança de seus colegas vereadores;Exoneração de funcionários da Casa Legislativa por perseguição política. 

Esses atos são incompatíveis com a conduta exigida de um homem público, ainda mais na condição de presidente da Casa Legislativa. Assim, se faz necessário o afastamento imediato do denunciado da função de presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte.

Vereador Gabriel Azevedo
A cidade de Belo Horizonte sabe o que está acontecendo. O grupo político da deputada federal Neli Aquino vendeu a alma para o Prefeito Fuad Noman e já coagiu vereadores.

Diante de todos os problemas da cidade, o grande objetivo deles é cassar o vereador que denunciou a máfia do lixo muito antes do próprio TCE derrubar a licitação da prefeitura? Estão frustrados com os repetidos cortes no subsídio das empresas de ônibus? Ou é só uma chantagem pra conseguir mais cargos?

Definitivamente a razão não é pelo modo com que eu defendo minhas ideias com veemência, pois o meu estilo a deputada federal já sabia quando votou em mim para presidente celebrando efusivamente ainda quando vereadora.

Aliás, a CPI da Lagoa da Pampulha também foi articulada pela ex-vereadora Neli Aquino, que agora acha um absurdo atribuir a culpa a Josué Valadão.

O mesmo expediente de pedir minha cassação foi tentado no mandato anterior. E, da mesma forma, foi tudo articulado na prefeitura. Incomodar quem prejudica essa cidade faz parte. Não me intimido. Quem mudou não fui eu. Sigo de cabeça erguida.

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