A deputada Andreia de Jesus (PT) se revoltou com uma estratégia adotada por um grupo de parlamentares na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para adiar a votação de projeto que combate a violência política contra as mulheres.
A proposta estava prevista para ser votada nesta quarta-feira (8), junto com várias outras pautas voltadas ao Dia Internacional da Mulher, mas uma emenda apresentada no Plenário obriga o retorno do projeto para análise nas comissões.
Nas redes sociais, a deputada classificou a iniciativa como atitude de “radical de extrema-direita”, movida por uma minoria dentro da ALMG, e concluiu dizendo que este é um exemplo do tipo de violência que o projeto quer combater.
Segundo Andreia de Jesus, a votação da proposta já havia sido acordada no Colégio de Líderes, que reúne todos os partidos e blocos para definir a pauta de votações e o atropelo em Plenário é inaceitável.
“Essa não é uma violência somente contra as deputadas autoras desse projeto, é um ataque contra as mulheres. É uma atitude de cumplicidade com aqueles que praticam a violência política”, disse.
Origem da polêmica
A emenda que adiou a votação do Projeto foi apresentada pelo deputado Coronel Sandro (PL) e pede a supressão do artigo 3º do texto aprovado nas Comissões, justamente o trecho que define o que é violência política.
O deputado argumentou que todo projeto ampliando a proteção às mulheres será bem-vindo e deve ser aprovado na ALMG. Mas que o texto apresentado em plenário tem falhas e a emenda apresentada pretende tornar a legislação mais “objetiva”.
“O texto classifica como violência, por exemplo, ‘depreciar candidata a cargo eletivo’. Mas o que seria depreciar? Quem vai definir o limite da crítica? Não podemos deixar margem para interpretações em situações como essa”, diz.
O deputado ainda respondeu à crítica da deputada em relação a apresentação de emenda em plenária para atrasar o trâmite do projeto. “Eu apresentei a emenda, mas ela foi assinada por outros 14 deputados. O regimento prevê que emendas podem ser apresentadas em qualquer momento, inclusive em plenário”, destacou.
Segundo Coronel Sandro, mesmo que tenha havido uma decisão no colégio de líderes, os parlamentares não estão proibidos de apresentar questionamentos aos projetos e fazem, sobretudo quando o caso envolve questões mais ideológicas ou polêmicas.
Leia mais