Presença feminina

Em evento promovido pela ALMG, Marina Silva cobra mais mulheres no Parlamento

Da Redação
primeiroplano@hojeemdia.com.br
16/03/2022 às 17:01.
Atualizado em 16/03/2022 às 17:53
A ex-senadora Marina Silva pontuou que não se pode terceirizar para os homens a representação das mulheres Álbum de fotosA ex-senadora Marina Silva pontuou que não se pode terceirizar para os homens a representação das mulheres (Luiz Santana/ALMG/Divulgação)

A ex-senadora Marina Silva pontuou que não se pode terceirizar para os homens a representação das mulheres Álbum de fotosA ex-senadora Marina Silva pontuou que não se pode terceirizar para os homens a representação das mulheres (Luiz Santana/ALMG/Divulgação)

Em evento promovido pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta quarta-feira (16), a ex-ministra Marina Silva (Rede) disse que o país precisa ampliar a participação feminina nos Parlamentos. Ela citou pesquisas globais apontando que os países que conseguiram ultrapassar a marca de 20% dos parlamentos nacionais ocupados por mulheres alcançaram significativas melhorias nas políticas para as mulheres – o Brasil ainda não chegou a 15% dessa ocupação. “Não podemos terceirizar para os homens a representação das mulheres”, afirmou.

A ex-ministra, que disputou a Presidência da República em 2010, 2014 e 2018, participou, por meio de videoconferência, de uma audiência pública da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da ALMG. Além dela, outras lideranças femininas participaram, como a ex-deputada Jô Moraes (PCdoB) e a juíza Patrícia Henriques Ribeiro, do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG). A ex-senadora Heloísa Helena (Rede) também participou por videoconferência.

Heloísa Helena e Jô Moraes também destacaram a importância do papel feminino e relataram as dificuldades de serem mulheres ativas na política. “Se um homem fala alto, ele é corajoso, incisivo; se a mulher fala alto, ela é destemperada”, disse Heloísa Helena.

Pesquisa
O Brasil ocupa a 145º posição em um ranking de 187 países no que tange à representação feminina na política. O levantamento leva em consideração a eleição de mulheres para a Câmara dos Deputados e foi citada por Débora Thomé, cientista política e pesquisadora do Instituto Up Date, em audiência pública da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

Durante a reunião, realizada nesta quarta-feira (16), a convidada apontou que o Brasil está defasado inclusive frente aos países vizinhos: entre as 20 primeiras nações do ranking, seis são da América Latina.

Débora Thomé lembrou, por exemplo, que desde 1995 pelo menos 30% das candidaturas dos partidos devem ser de mulheres. O impacto dessa obrigatoriedade tem sido reduzido, porém, por estratégias como a de não financiar essas campanhas.

Além de não financiadas, muitas dessas candidaturas femininas são fictícias, como explicou a juíza Patrícia Henriques Ribeiro, do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG). De acordo com ela, a cada eleição o Tribunal recebe dezenas de denúncias dessas “candidaturas-laranjas”, ou seja, mulheres lançadas oficialmente como candidatas para cumprir a exigência legal de 30% por partido, mas que na prática não fazem qualquer campanha.

Embora várias denúncias cheguem ao Tribunal, porém, a convidada explicou que é difícil provar que as candidaturas são fictícias e a maioria dos casos não gera qualquer sanção aos partidos. Muitas vezes, explicou a juíza Patrícia Ribeiro, as candidatas afirmam que desistiram da candidatura e não é possível apurar se houve alguma pressão dos pares para a desistência ou para que essa declaração seja dada em juízo.

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