Especialista derruba o mito da pesquisa movendo o eleitor

Aline Louise - Hoje em Dia
24/07/2014 às 08:38.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:30
 (Hoje em Dia)

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“Não é a pesquisa que move o eleitor, mas o eleitor que move a pesquisa”. Esta é a análise do cientista político Malco Camargos, que em entrevista nessa quarta-feira (23), ao programa de rádio Central 98, refutou o mito de que as pesquisas de opinião são capazes de influenciar o voto do eleitor. Em uma conversa sobre as eleições deste ano, destacou que os institutos no Brasil são confiáveis e os levantamentos que fazem refletem um cenário momentâneo.

Na disputa presidencial, a última pesquisa Ibope, divulgada na terça-feira (22), aponta a presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, com 38% das intenções de voto; Aécio Neves (PSDB) com 22%, e Eduardo Campos (PSB), com 8%.

Na opinião do cientista político, o cenário é bem parecido com o que evidenciavam as pesquisas antes da Copa do Mundo, evento que não teria influenciado neste contexto eleitoral. Segundo Malco, o eleitor só toma conhecimento mesmo da disputa e começa a fazer suas escolhas com o início do horário eleitoral gratuito e, principalmente, a partir das inserções dos candidatos na programação televisiva e radiofônica ao longo do dia.

“A gente entende o horário eleitoral gratuito só por aquele bloco de 30 minutos que passa na hora do almoço e à noite, mas o que é mais importante para as campanhas são as inserções, aqueles comerciais que surpreendem o eleitor”, comentou o cientista político.

Malco Camargo também analisou a influência dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB) no resultado das eleições presidenciais. Para o cientista político, a presidente Dilma tem a seu favor o mais influente cabo eleitoral do país. “Isso é um dos desafios da oposição, separar a candidatura da Dilma do Lula. Há um certo desgaste em relação ao PT, mas o Lula é preservado em relação a esse desgaste”, avalia o cientista político.

Desgaste

O diretor de Jornalismo do Hoje em Dia, Ricardo Galuppo, que também participou da entrevista, destacou que a gestão petista no país já apresenta sinais de “desgaste” que ensejam ainda mais o desejo do “novo”, crescente no eleitorado brasileiro.

“São três mandatos consecutivos de um padrão de gestão que já mostra sinais de fratura em vários aspectos. Evidentemente que isso traz benefícios para a oposição”, comenta Galuppo.
 

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