O Facebook e o Instagram excluíram a live do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), transmitida na última quinta-feira (21), associando a vacina contra o coronavírus ao desenvolvimento da Aids.
Em nota, o Facebook afirmou que as políticas das plataformas "não permitem alegações de que as vacinas de Covid-19 matam ou podem causar danos graves às pessoas."
Durante a exibição da live, Bolsonaro leu uma suposta notícia de que imunizados contra o coronavírus estariam desenvolvendo a síndrome da imunodeficiência adquirida. Diante disso, entidades reagiram e classificaram as alegações do presidente como fake news.
O Comitê de HIV/Aids da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) emitiu uma nota repudiando “toda e qualquer notícia falsa que circule e faça menção a esta associação inexistente”, e que “não se conhece nenhuma relação entre qualquer vacina contra a Covid-19 e o desenvolvimento de síndrome da imunodeficiência adquirida”.
CPI da Pandemia
O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) pediu à CPI da Pandemia que envie ao Supremo Tribunal Federal (STF) um requerimento com uma compilação das mentiras divulgadas por Bolsonaro na live semanal. O senador quer que o documento seja anexado ao inquérito das fake news que tramita no tribunal.
Já o relator da CPI, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou que Bolsonaro faz "terrorismo de Estado". "Isso não é apenas fake news, é mais do que uma simples mentira - isso é terrorismo de Estado. A Justiça precisa frear essa loucura", publicou no Twitter.
Na semana passada, o relatório da comissão imputou nove crimes a Bolsonaro, inclusive o de "incitação ao crime" por espalhar sistematicamente notícias falsas e incitar o desrespeito às medidas contra a pandemia. O relatório também apontou que o presidente comanda uma rede de fake news com a participação de seus filhos e blogueiros bolsonaristas.