
O Governo Federal detalhou, em nota, parte dos itens que foram danificados durante a invasão de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) aos prédios das instituições dos Três Poderes, em Brasília, nesse domingo (8).
A avaliação ainda é preliminar e engloba apenas o Palácio do Planalto. No térreo do prédio, a obra “Bandeira do Brasil”, de Jorge Eduardo, pintada em 1995, foi encontrada boiando sobre a água que inundou todo o andar, após os vândalos abrirem os hidrantes ali instalados.
A galeria de fotos de ex-presidentes ficou totalmente destruída, com todas as fotografias retiradas da parede, jogadas ao chão e quebradas.
No segundo andar, o corredor que dá acesso às salas dos ministérios que funcionam no Planalto foi vandalizado. Quadros e fotografias foram rasurados e quebrados.
Já no terceiro andar, a obra “As Mulatas”, de Di Cavalcanti, principal peça do Salão Nobre do Palácio do Planalto, foi encontrada com sete rasgos, de diferentes tamanhos. Seu valor está estimado em R$ 8 milhões. No mesmo local, outras obras também foram vandalizadas:
- A obra "O Flautista", de Bruno Jorge, foi encontrada completamente destruída, com pedaços espalhados pelo salão. Objeto está avaliado em R$ 250 mil
- Uma escultura de parede em madeira, de Frans Krajcberg, foi quebrada em diversos pontos. A peça está estimada em R$ 300 mil
- A mesa de trabalho do ex-presidente Juscelino Kubitscheck foi utilizada como barricada pelos terroristas e ainda não se sabe o tamanho do estrago
- O móvel que abriga as informações do presidente em exercício teve o vidro quebrado
- O Relógio de Balthazar Martinot, um relógio de pêndulo do Século XVII, que foi um presente da Corte Francesa para Dom João VI. Foi completamente destruída pelos invasores do Planalto. Martinot era o relojoeiro de Luís XIV e existem apenas dois relógios deste autor. O outro está exposto no Palácio de Versailles, mas possui a metade do tamanho da peça que foi destruída em Brasília. O valor desta peça é considerado fora de padrão
O diretor de Curadoria dos Palácios Presidenciais, Rogério Carvalho, diz que será possível realizar a recuperação da maioria das obras vandalizadas, mas estima como “muito difícil” a restauração do Relógio de Balthazar Martinot.
"O valor do que foi destruído é incalculável por conta da história que ele representa. O conjunto do acervo é a representação de todos os presidentes que representaram o povo brasileiro durante este longo período que começa com JK. É este o seu valor histórico", disse "Do ponto de vista artístico, o Planalto certamente reúne um dos mais importantes acervos do país, especialmente do Modernismo Brasileiro."
O governo ainda informa que “não é possível ter um levantamento minucioso de todas as pinturas, esculturas e peças de mobiliário destruídas”.