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Terça-Feira,30 de Abril

Guido Mantega diz que não se pode reajustar a gasolina na turbulência

Agência Estado
14/05/2014 às 19:48.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:35

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quarta-feira (14), que a gasolina tem tido aumento todo ano no Brasil. "Não é verdade que as tarifas são represadas", afirmou em audiência pública na Câmara dos Deputados ao ser questionado sobre a entrevista concedida pelo ministro da Casa Civil, Aloisio Mercadante, ao jornal Folha de São Paulo, na qual afirma que o governo tem segurado os preços para não pressionar a inflação. Mantega afirmou que a gasolina tem tido, em média, dois reajustes por ano e normalmente acima da inflação. Ele argumentou que alinhar os preços do combustível ao preço internacional não é simplesmente fazer uma correção pela inflação.

Mantega disse que em momentos de desvalorização cambial fica difícil fazer o alinhamento do preço domésticos com o internacional. Segundo ele, no reajuste dos preços da gasolina em abril de 2013 houve um alinhamento com os valores internacionais. No entanto, a decisão do Federal Reserve no mês seguinte de reduzir a política de estímulos monetários causou uma nova turbulência, com reflexo na taxa de câmbio, desalinhando os preços.

"Não é recomendável que se faça um reajuste tempestivamente. É preciso esperar passar a turbulência e depois fazer o realinhamento de preços", afirmou. Segundo ele, esse realinhamento dos preços domésticos com o internacional está sendo buscado. Mantega, no entanto, disse que não anuncia reajuste no preço da gasolina porque mexe com o mercado. Ele também afirmou que os preços administrados têm sido reajustados, como de remédios e tarifas para o prêmio lotérico.

"O preço de energia subiu. Foi feito o reajuste. Onde está o represamento dos preços? Estamos reajustando preço da energia, sim", afirmou Mantega disse que não leu a entrevista de Mercadante porque estava concentrado esta manhã se preparando para a audiência na Câmara.

Transição dolorosa

O ministro avaliou que "a vida não tem sido fácil" para as economias de modo geral e que não se sai com facilidade de uma crise como a que ocorreu nos últimos anos. Mesmo assim, segundo ele, a crise está sendo superada. "Talvez 2013 tenha sido o ano da virada", afirmou. "Eu posso dizer que as perspectivas para a economia brasileira são de uma melhora gradual da nossa economia nos próximos anos.

A começar em 2013, em sintonia com a recuperação da economia mundial", disse. Mantega lembrou que, nos últimos cinco anos, a economia mundial foi acometida pela maior crise do capitalismo dos últimos 80 anos.

"A boa notícia é que podemos dizer que a crise já está sendo superada. Mas da superação da crise até conseguirmos implantar novo ciclo de crescimento é uma transição dolorosa pra todos os países envolvidos nisso", reconheceu.

O ministro apresentou aos parlamentares um mapa com o desempenho da economia mundial em 2013 e disse que, mesmo os Estados Unidos, que estão voltando a crescer, tiveram um avanço de 1,9%. Além disso, Mantega disse que parte dos países europeus ainda estava com crescimento negativo.

"Os países emergentes também sofreram o resultado desta atrofia da economia internacional e temos visto países dinâmicos como a China desacelerando seu crescimento", concluiu.

Mantega citou o crescimento de 2,3% da economia brasileira no ano passado, mas lembrou que até o fim deste mês o País terá "novo PIB" para o ano passado, dado que o IBGE revisou o resultado da produção industrial de 2013. "Isso vai alterar o desempenho do PIB, mas não sabemos ainda para quanto vamos."

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