
O superintendente da Sexta Região Fiscal, auditor fiscal Mário José Dehon, um dos responsáveis pela Operação Capitu, afirmou durante a coletiva, realizada na manhã desta sexta (9), na Polícia Federal de Belo Horizonte, que há indícios de crime eleitoral no esquema investigado. "Não estamos frente somente à possibilidade de corrupção ativa e passiva e crime de lavagem de dinheiro, estamos prestes a provar crime eleitoral também", afirmou o auditor.
Desdobramento da Operação "Lava Jato", a operação Capitu investiga suposto esquema de corrupção no Ministério da Agricultura durante o governo da presidente Dilma Rousseff (PT). Segundo a Receita Federal, as propinas pagas a agentes públicos e políticos são estimadas em mais de R$ 22 milhões. Foram cumpridos 18 mandados de prisão temporária contra políticos, advogados e empresários.
Uma das maiores redes de supermercados do país, a BH Supermercados, também teria integrado a engrenagem de lavagem de dinheiro oriundo do esquema, repassando aos destinatários finais os valores ilícitos em dinheiro vivo e em contribuições "oficiais" de campanha. Segundo os investigadores, "há grandes indícios de que doações eleitorais que tinham aparência de legalidade eram feitas por via transversal por essas redes de supermercado".
Leia a íntegra da nota enviada pelo Supermercados BH:
O Supermercados BH informa que o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, realizados na manhã de hoje, em seu escritório central e nas residências de sócios da empresa deu-se de maneira tranquila e em ambiente de cooperação e normalidade. Também esclarece que ainda não foi possível conhecer a integralidade dos autos dos pedidos de medidas cautelares que determinaram tais diligências e que irá contribuir com as investigações.
(Com Estadão Conteúdo)
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