Delegado Edmar Camata

Indicado para comandar a PRF é desconvidado após mensagens defendendo prisão de Lula

Hermano Chiodi
hcfreitas@hojeemdia.com.br
21/12/2022 às 19:22.
Atualizado em 21/12/2022 às 19:27
 (Redes sociais)

(Redes sociais)

O convite feito pelo futuro ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), ao delegado Edmar Camata para assumir a direção da Polícia Rodoviária Federal (PRF) não durou 24 horas.

O anúncio do "desconvite" foi feito pelo próprio Dino na tarde desta quarta-feira (21), na sede do gabinete de transição, em Brasília (DF).

As críticas ao delegado surgiram após a divulgação, pela jornalista Mônica Bergamo, de postagens feitas por Camata nas redes sociais defendendo a prisão do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a operação "Lava Jato".

Ele também tem diversos posts demonstrando proximidade e admiração pelo ex-procurador Deltan Dallagnol e pelo ex-juiz Sérgio Moro, que assumiu o papel de algoz e opositor de Lula e terminou sendo indicado como ministro da Justiça no governo de Jair Bolsonaro (PL).

Foto de futuro indicado para direção da PRF no governo Lula com o ex-procurador Deltan Dallagnol (Redes sociais)

Foto de futuro indicado para direção da PRF no governo Lula com o ex-procurador Deltan Dallagnol (Redes sociais)

"Não é um julgamento sobre o que ele achava em 2017 e 2018, porque realmente não é um critério, a meu ver, determinante. Mas em face da polêmica, é claro que ele não reuniria condições para se dedicar como nós gostaríamos", disse Dino.

Segundo o futuro ministro, havia conhecimento sobre as posições políticas do delegado, porém o teor de algumas postagens não era conhecido.

Edmar Camata é delegado da Polícia Federal e foi um nome indicado pelo governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB); ele também é sobrinho do ex-governador capixaba Gerson Camata, assassinado a tiros por um ex-assessor em 2018.

Novo indicado
O novo escolhido para ocupar o comando da PRF é Antônio Fernando Oliveira, policial rodoviário federal desde 1994 e que já chefiou a PRF do Maranhão, estado que foi governado por Flávio Dino.

Substituído
O diretor da Polícia Rodoviária Federal no governo Bolsonaro foi Silvinei Vasques, que encerra a gestão à frente da corporação sendo investigado por utilizar a máquina da PRF para favorecer a campanha do atual presidente, inclusive com a realização de blitze no interior do Nordeste com o objetivo de dificultar o acesso de eleitores às sessões eleitorais.

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