Corrida presidencial

Janones se apresenta como ‘candidato competitivo’ e ataca Bolsonaro: ‘Temos um golpe em curso’

Gabriel Rezende
grezende@hojeemdia.com.br
23/07/2022 às 15:15.
Atualizado em 23/07/2022 às 15:36
 (Fernando Michel/Hoje em Dia)

(Fernando Michel/Hoje em Dia)

Oficialmente candidato a presidente do Brasil, André Janones (Avante) garantiu ser a terceira via mais forte contra a polarização nacional.

As declarações ocorreram após convenção nacional do partido, realizada neste sábado (23) no Minascentro, região Central de Belo Horizonte. No discurso a correligionários e apoiadores, Janone também fez duras críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PL), que tentará a reeleição. 

“A nossa candidatura é indiscutivelmente a mais competitiva [entre as terceiras vias]. Vivemos em um momento que o eleitor vota no menos pior. Vota por ódio. Nosso grande desafio é fazer a mensagem chegar ao eleitor”, declarou. 

Para reverter o cenário eleitoral desfavorável apontado pelas pesquisas, Janones disse ter como exemplo o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que, há poucos dias das eleições, não era apontado com chances de ganhar o pleito. O próprio Zema esteve na convenção para receber a confirmação do apoio do Avante. 

Ataques a Bolsonaro

Sem citar o nome de Bolsonaro, mas referindo-se ao presidente, Janones disse que há “um golpe em curso no Brasil”. Para justificar, ele citou posições recentes do presidente de ataque à imprensa e à confiabilidade das urnas eletrônicas. 

"Estamos em um processo de golpe. O golpe está em curso. O golpe não acontece da noite pro dia. O regime ditatorial vai corroendo a democracia aos poucos. É uma escalada autoritária," afirmou. 

Chapa e apoios 

A expectativa de que houvesse uma definição do vice na chapa de Janones não se concretizou neste sábado. Com isso, o anúncio só deve ser feito no próximo dia 5 de agosto, quando termina o prazo para definição das chapas. 

Conforme o presidente do Avante, Luís Tibé, candidato a deputado federal, o partido articula apoios com outras legendas em prol de consolidar Janones como terceira via. O primeiro deles foi oficializado neste sábado: o Agir.  

“A gente está dialogando com alguns partidos. Estamos agregando com a vinda de outras legendas”, afirmou. O político também disse que aguardará a definição das composições para decidir sobre o apoio ao Senado. 

Propostas 

Janones focou seu discurso em "reduzir a desigualdade do Brasil". Para isso, disse que é necessária uma reforma tributária que não "sacrifique a classe média", que, na avaliação dele, é a mais prejudicada com o modelo atual de governo. 

"Temos um projeto para o país, que faz tudo valer a pena. Temos um programa de governo que contempla todas as áreas com a diminuição da desigualdade do Brasil, entre os mais ricos e os mais pobres", afirmou. 

O candidato também defendeu a retomada do auxílio emergencial nos moldes pagos nos períodos mais críticos da pandemia de Covid-19, no valor de R$ 600. Ele também acusou o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), de populista por pedir um valor maior do benefício a três meses das eleições.

"Todos dizem que é populismo barato. Eu estou procurando há dois anos quem tem coragem de contestar os meus números, que apontam para possibilidade de conceder esse auxílio.  E, pelo visto, Bolsonaro concorda. De 15 dias para cá, ele passou a defender um auxílio de R$ 600. E mostrou que os populistas não éramos nós", afirmou.

André Janones 

Eleito deputado federal em 2018 como terceiro mais votado em Minas Gerais, André Janones se apresenta como terceira via à polarização entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual chefe do Executivo nacional Jair Messias Bolsonaro (PL). 

Conforme pesquisa divulgada pela Exame/Ideia nessa quinta-feira (21), Janones possui 2% das intenções de voto. Ele disputa espaço com outros nomes da terceira via, como Ciro Gomes (PDT), com 8%, e Simone Tebet (MDB), com 4%. 

Nascido em Ituiutaba, no Triângulo Mineiro, Janones ganhou espaço no cenário nacional em meio à greve dos caminhoneiros em maio de 2018. Nas redes sociais, apresentava-se como porta-voz da categoria nas articulações com o governo visando a redução do preço do diesel. 

Na trajetória política, Janones também se candidatou a prefeito de Ituiutaba, mas perdeu a eleição.  

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