(Ricardo Bastos/Hoje em Dia)
O prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), encontra dificuldades para realizar a reforma em seu secretariado por causa da pressão dos aliados. Os vereadores novatos e suplentes pressionam o prefeito por cargos. Os parlamentares estariam insatisfeitos com a possibilidade de indicar quatro pessoas para trabalhar na administração. Nos próximos dias, Lacerda vai se reunir com a Mesa Diretora da Câmara para discutir as vagas.
A tarefa do prefeito de atender os pedidos dos vereadores se torna mais difícil por causa do grande número de bancadas com um ou dois vereadores. Entre a base aliada, são sete bancadas formadas por apenas um parlamentar e quatro com dois vereadores. Ou seja, Lacerda tem de negociar com os parlamentares individualmente.
“Os vereadores estão incomodados com a falta de espaço na prefeitura. Há uma insatisfação com o número de cargos que eles podem indicar. Estão achando pouco”, diz um parlamentar da base do prefeito que preferiu o anonimato.
“O prefeito está muito devagar, não resolveu nada ainda”, reclama outro vereador que falou sob condição não ter o nome revelado. O vice-presidente da Mesa, Wellington Magalhães (PTN), diz que o prefeito pediu a reunião, mas nega a pressão. “Se eu tiver algum cargo na prefeitura, está à disposição do prefeito. Sou independente e vou votar a favor da cidade”, afirmou.
A ideia do prefeito é pedir para a Mesa intermediar em favor da prefeitura e negociar com as bancadas menores.
Vereador do grupo que ajudou a eleger a atual Mesa, Autair Gomes (PSC), reforça o coro dos insatisfeitos. “Eu não fui chamado pelo prefeito para conversar, nem o partido. Não sei se ele quer o PSC como aliado”, diz Gomes, único eleito pelo PSC. “Fomos aliados na campanha, abrimos mão da candidatura própria e não conversamos após as eleições. Não sei qual será a posição dele em relação ao partido”, completa o parlamentar.
Da base de governo, mas sem fazer parte do grupo que elegeu a Mesa, Ronaldo Gontijo (PPS) minimiza a falta de definição de Lacerda. “O PPS é da base, sendo contemplado (com cargos) ou não, continuamos parceiros. Abraçamos o plano de governo do prefeito e vamos continuar”.
Também há uma pressão dos partidos para acomodar os vereadores que não foram reeleitos. O objetivo é o de nomeá-los para cargos de visibilidade que permita uma candidatura daqui a quatro anos ou então chamar o vereador eleito para o suplente subir. Segundo aliados, o prefeito resiste em chamar um ou outro suplente para não abrir precedente e ter que arrumar cargos para todos que não foram reeleitos.