Levy volta a dizer que reservas servem para tranquilizar agentes

Estadão Conteúdo
13/11/2015 às 20:46.
Atualizado em 17/11/2021 às 02:28
 (José Cruz/Agência Brasil)

(José Cruz/Agência Brasil)

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, também teria destacado, durante audioconferência organizada pela Icap Brasil, que as reservas internacionais são importantes para tranquilizar os agentes econômicos. Ele procurou demonstrar ainda que, apesar das dificuldades enfrentadas no País, houve avanços.

Ele teria citado a pauta de abertura comercial, com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) trabalhando em conjunto para criar condições maiores de comércio; o realinhamento de preços importantes no setor de energia elétrica e a maior liberdade para empresas desse setor operarem no mercado livre; a desindexação da economia, que está sendo feita, mesmo que de forma mais tímida, de maneira marginal, com reajuste de salários de servidores públicos em "foward looking".

"Assim como em outros discursos, o ministro ressaltou que a grande questão do futuro da economia brasileira é como ela se financiará. Para ele, os instrumentos são obsoletos e é preciso criar condições para ampliar o funding e direcioná-lo para taxas mais livres (de mercado)", lê-se no relatório da Icap sobre a audioconferência de Levy.

Respondendo uma pergunta sobre desequilíbrios da economia, o ministro ressaltou que o setor externo já está passando por uma correção. Mesmo com um câmbio real efetivo menos depreciado do que o nominal, o déficit em conta corrente está se reequilibrando de forma bastante rápida e o setor externo está contribuindo com o PIB pela primeira vez em dez anos. O ministro reconhece ainda que o real se desvalorizou mais do que outros pares emergentes - como as moedas da África do Sul e da Turquia
- e que isso traz um ganho de competitividade para o País.

"Não pode ter complacência com a economia, mas é necessário ter um pouco de paciência", teria atestado Levy. Sobre os desequilíbrios econômicos, Levy explicou que as correções monetárias estavam em curso até setembro, com expectativa inflacionária para 2016 em queda. Esse movimento foi parcialmente interrompido e postergado por questões fiscais e políticas principalmente no terceiro trimestre, o que fez o Banco Central adiar o período de convergência.

Apesar disso, segundo o ministro, a expectativa inflacionária de médio e longo prazo (dois e três anos) tem voltado para o centro da meta, algo que não ocorria nos últimos quatro anos. Para ele, o BC está tranquilo e realizando um bom trabalho. Ele também acredita que se a política monetária for suficientemente consistente, haverá um sistema estável para buscar uma desindexação, desde que passemos a usar as expectativas.

Especificamente sobre a dominância fiscal, o ministro teria dito que é justamente o "meia-volta, volver" em política econômica que faz com que haja dominância fiscal. Ele acredita que o "stop and go" não é o caminho.

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