Líder do governo e deputado batem boca no plenário da Câmara

Daiene Cardoso e Ricardo Coletta
05/12/2013 às 14:36.
Atualizado em 20/11/2021 às 14:35

O líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e o deputado Sebastião Bala Rocha (SDD-AP) protagonizaram na manhã desta quinta-feira (5) um bate-boca, com direito a palavrões e troca de acusações, no plenário da Casa. Os parlamentares votavam um acordo entre os governos brasileiro e francês para aumentar a fiscalização imigratória entre Brasil e Guiana Francesa e combater a exploração ilegal de ouro no país vizinho.

O desentendimento começou após o petista se confundir sobre quem havia participado da reunião que selou o acordo com o governo para a votação da proposta e insinuou que Bala Rocha estaria se apoderando do resultado de um trabalho coletivo. O deputado e ex-senador do Amapá, que foi relator da matéria na Comissão de Relações Exteriores da Casa, reagiu: "Não estou me apoderando de nada, estou relatando esse projeto há quatro anos e meio. Eu conheço a matéria e agi com responsabilidade esse tempo todo", retrucou.

Bala Rocha, que é vice-líder do Solidariedade, mudou a orientação de sua bancada para a obstrução da matéria e se juntou ao PPS e ao DEM, o que inviabilizaria a apreciação do projeto nesta quinta-feira. Já sem condições de votar o acordo, Chinaglia subiu o tom contra Bala Rocha: "Se alguém se sentiu ofendido, meteu uma carapuça que eu não dei endereço", disse, para emendar a frase que desencadeou uma série de xingamentos. "Quero dizer uma coisa: graças à minha formação eu nunca fui algemado na minha vida", provocou Chinaglia, referindo-se à prisão do deputado em 2004 na Operação Pororoca.

"Eu fui injustiçado, seu p.., seu fdp...", gritou Bala Rocha no microfone. "Daqui para a frente, eu vou obstruir todas as votações nesta Casa até que este líder vagabundo do governo peça desculpas para mim", emendou.

O parlamentar do Amapá foi preso quando ainda era do PDT. Ele responde no Supremo por crimes como formação de quadrilha, prevaricação, corrupção passiva e crime contra a lei de licitações. "Já fui praticamente absolvido do crime de quadrilha pelo próprio MP e estou me defendendo no Supremo (Tribunal Federal). Estou seguro que sou inocente. Ele (Chinaglia), de maneira arrogante, mencionou esse episódio", protestou Bala Rocha.

Chinaglia deixou o plenário sem falar com os jornalistas. Bala Rocha disse que manterá a obstrução até a retratação do petista. "O pessoal todo do PT na Papuda e ele vem dizer que eu fui algemado?", ironizou Bala Rocha.
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