O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) relacionou o presidente Jair Bolsonaro a “milicianos que mataram” Marielle Franco, em fala durante debate realizado na noite deste domingo (16), pela TV Bandeirantes, em São Paulo.
A declaração veio após o liberalista relacionar o petista a Marcos Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola, considerado como líder da organização criminosa Primeiro Comando da Capital.
“Em 2006, 59 policiais foram assassinados em São Paulo. No mesmo ano, o seu governo não transferiu o Marcola, conforme um grande acordo com seu vice e governador do Estado à época, Geraldo Alckmin”, afirmou Bolsonaro.
Lula rebateu dizendo não ser ele “quem tem relação com miliciano” e relacionando o presidente com a morte da vereadora carioca. “Quem tem relação com miliciano não sou eu, e ele sabe quem é que tem. Sabe inclusive quem matou a Marielle no Rio de Janeiro. Você está falando com o cara que fez cinco presídios de segurança máxima e quantos você fez? Nenhum”, disse.
As investigações sobre a morte de Marielle, no entanto, não apontam qualquer elo de Bolsonaro com os acusados do assassinato. Após a insinuação, Bolsonaro preferiu responder relacionando Lula aos presidiários.
“Amizade com bandido quem tem é você. Você esteve no complexo do Salgueiro, não tinha nenhum policial com você, só traficante. No presídio a cada 5 votos, 4 foi seu. Marcola disse que prefere o senhor a mim”, disse o liberalista.
O candidato petista não deixou barato e respondeu: “Eu sou o único candidato que tem coragem de entrar em uma favela sem colete. Falavam comigo, vai com cuidado porque o Bolsonaro é amigo de milicianos, mas eu ia porque eu confio no povo”, afirmou Lula.
Vale lembrar que o chefe da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) citado pelo presidente durante o debate, Marcos Willians Herba Camacho, o Marcola, está preso na Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia, e não tem direito a voto.