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Mesmo na mira da Lava Jato, ministros ficam nos cargos

Estadão Conteúdo
Publicado em 12/05/2017 às 16:45.Atualizado em 15/11/2021 às 14:32.

Não demorou muito para a gestão Michel Temer sofrer os efeitos da Operação Lava Jato. Apenas no 12.º dia de governo caiu Romero Jucá (PMDB-RR), então ministro do Planejamento considerado peça-chave pelo presidente para fazer a articulação com o Congresso. O senador saiu depois que foram divulgados áudios em que ele sugere, em conversa com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado um pacto para estancar a "sangria" da Lava Jato.

A operação ainda vitimou diretamente outros dois auxiliares do primeiro ministério: Fabiano Silveira, da pasta de Transparência, Fiscalização e Controle; Henrique Alves, do Turismo. Fábio Medina Osório foi demitido da Advocacia-Geral da União (AGU) após uma série de mal-entendidos.

Também saíram Marcelo Calero, que comandava a Cultura, após trocas de acusações com Geddel Vieira Lima, então secretário de Governo, que caiu uma semana depois; e José Serra, hoje ex-ministro de Relações Exteriores, que alegou problemas de saúde, mas foi altamente implicado pelas delações da Odebrecht. Completa a lista de ministros que deixaram o cargo com menos de um ano Alexandre de Moraes, que foi indicado para trocar a Justiça pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

"Ao menos Jucá e Geddel tinham papel fundamental na articulação política e no comando do Orçamento. A saída deles fragilizou bastante o governo", diz o cientista político do Insper Carlos Melo.

Também citado na Lava Jato, Moreira Franco não caiu. Pelo contrário, para obter o chamado foro privilegiado, e escapar da mão do juiz Sérgio Moro que investiga a Lava Jato na primeira instância em Curitiba, foi nomeado em fevereiro para a Secretaria-Geral da Presidência, com status de ministério.

Para o professor emérito de Ciências Políticas da Universidade de Brasília, David Fleischer, o fato de oito representantes do atual ministério terem sido incluídos na lista do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, para serem alvo de inquérito, deixa o governo em estado permanente de atenção. "O presidente corre o risco de perder outro ministro a qualquer momento, especialmente se o STF decidir restringir o foro privilegiado", diz Fleischer.

Melo, por sua vez, ressalta que o próprio Temer é implicado na Operação Lava Jato, dentro do acordo de delação premiada de Cláudio Melo Filho, um ex-executivo da Odebrecht que cita nome do presidente 43 vezes. Segundo o delator, ele teria pedido R$ 10 milhões em caixa 2 para a campanha de 2014. O presidente nega.


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