Em recuperação

Metade das empresas de eventos ainda não voltou ao patamar da pré-pandemia

Hermano Chiodi
hcfreitas@hojeemdia.com.br
Publicado em 30/05/2022 às 06:30.
Evento no Mineirão (Mineirão/Divulgação)

Evento no Mineirão (Mineirão/Divulgação)

A retomada dos shows com público embalou a retomada do setor de eventos na capital mineira, mas ainda não foi o suficiente para afirmar que o cenário já voltou ao patamar de antes da pandemia. A expectativa é que a recuperação tão esperada aconteça nos próximos seis meses. O setor está entre os que mais sofreram com a pandemia de Coronavírus, já que depende da presença do público para acontecer.

Segundo Priscila Machado Araújo, diretora da Abrape-MG (Associação Brasileira dos Promotores de Eventos), a maior parte dos eventos em Belo Horizonte está no esquema “sold out”, com bilheterias esgotadas, mas isso não quer dizer que as empresas já voltaram a funcionar com o mesmo faturamento e estrutura de antes da pandemia.

Não há dados consolidados sobre Minas Gerais, mas, segundo o Sebrae, o estado reproduz o cenário vivido no país de forma geral, pelo qual somente 56% das empresas do setor voltaram a funcionar como antes da pandemia. Ou seja, quase a metade ainda enfrenta problemas.
“Só esse ano já tivemos Metallica, Guns N’Roses, Gusttavo Lima, o festival Breve e teremos ainda o show dos Backstreet Boys e pelo menos outros quatro grandes eventos, mas ainda não chegamos aos números de 2019”, afirmou Priscila. “A euforia está em alta. O público está com sede de entretenimento, e Belo Horizonte é hoje uma praça cotada para todos os eventos de turnês e para os eventos internacionais”, complementou.

Em Belo Horizonte, os grandes eventos foram proibidos em março de 2020 e só voltaram a ser permitidos em julho de 2021, mas com limitações de público e restrições sanitárias. A realização de shows sem o impacto das medidas de combate à pandemia só foi possível em abril desse ano.

Quando a cidade recebe um evento de grande porte, toda a economia local se beneficia, defende Priscila Machado. Para se ter uma ideia, cada real gasto em um grande evento no Mineirão, que tem servido de sede para alguns dos maiores shows recebidos em Belo Horizonte, retorna R$1,30 para a cidade, segundo estudo do Ipead/UFMG. Em termos de massa salarial para a cidade, esses eventos geram aproximadamente R$414 milhões e um montante próximo de R$ 50 milhões em impostos municipais. Os dados são referentes a julho de 2019 a abril de 2020.

Considerando os números do Brasil, o setor de shows e eventos passa por uma recuperação parcial. As empresas do segmento empregam 185 mil trabalhadores a menos do que empregava antes da pandemia, mas registrou um crescimento de 8,8% em 2021 na comparação com o ano de 2020. Isso representa 268 mil vagas de trabalho geradas em atividades afetadas pela realização de eventos, como hospedagem, operação turística, gastronomia, estrutura de limpeza e segurança, entre outras. 

“Isso comprova a importância de se proteger o nosso setor. Temos a capacidade de impactar a geração de empregos de forma rápida, movimentando a economia, que é o que o país precisa no momento”, salienta o empresário Doreni Caramori Júnior, presidente da Abrape.
Entre os principais obstáculos que precisam ser superados, o fechamento de empresas durante a crise do Covid-19 é um dos que mais preocupam. “A maior dificuldade que nós temos é a falta de mão de obra. Muitas empresas, muitos trabalhadores autônomos, largaram o setor e migraram para outras atividades, por isso, estamos tendo muita dificuldades de encontrar mão-de-obra e fornecedores”, afirma Priscila Machado.

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