Áudio vazado

Ministro da Educação diz que, a pedido de Bolsonaro, repassa verbas a cidades indicadas por pastores

Hermano Chiodi
hcfreitas@hojeemdia.com.br
22/03/2022 às 17:12.
Atualizado em 22/03/2022 às 17:30
 (Isac Nóbrega/PR)

(Isac Nóbrega/PR)

Em áudios vazados, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirma em uma reunião com prefeitos que, a pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL), repassa verbas para municípios indicados por dois pastores. As gravações foram divulgadas pelo jornal Folha de S.Paulo e repercutiram no mundo político.

Nos áudios, o ministro diz que “minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar".

O pastor Gilmar, citado na gravação, é Gilmar Santos, presidente da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil Cristo Para Todos (Conimadb). O ministro cita ainda o pastor Arilton Moura, que também é da Assembleia de Deus.

Nos áudios, Milton Ribeiro deixa claro que a ajuda repassada aos pastores, indicados pelo presidente Jair Bolsonaro, tem um fim que diverge dos objetivos do Ministério da Educação. Ribeiro afirma que a ajuda que ele dá ao pastor Gilmar "é apoio sobre construção das igrejas".

Parlamentares dizem que irão à Justiça contra o ministro

Nas redes sociais, o senador Fábio Contarato (PT/ES) disse que irá acionar o STF (Supremo Tribunal Federal) para apurar as denúncias contra o ministro Milton Ribeiro.

Os senadores Humberto Costa (PT/PE) e Randolfe Rodrigues (Rede/AP) foram outros que se manifestaram e vincularam o caso ao presidente da República, Jair Bolsonaro. Humberto Costa disse nas redes sociais que os áudios mostram que o episódio é "a república da rachadinha mostrando a cara mais uma vez", disse.

Entidades estudantis se manifestam

As entidades estudantis UNE (União Nacional dos Estudantes), Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) e ANPG (Associação Nacional do Pós-graduandos) acusam o ministro Milton Ribeiro de transformar o ministério “num grande balcão de negócios a céu aberto para alimentar esquemas eleitorais do presidente Jair Bolsonaro (PL)”. Em nota conjunta, as entidades exigem a saída imediata do ministro.

Resposta do Ministério da Educação

Em nota, o ministro negou as acusações. Segundo Milton Ribeiro, “não há nenhuma possibilidade de o ministro determinar alocação de recursos para favorecer ou desfavorecer qualquer município ou Estado.”

Ele ainda complementou que “o presidente da República não pediu atendimento preferencial a ninguém, solicitou apenas que pudesse receber todos que nos procurassem, inclusive as pessoas citadas na reportagem”, complementou.

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