Egito

Na COP 27, Lula diz que o cuidado com o meio ambiente é indissociável da luta contra a pobreza

Pedro Faria
pfaria@hojeemdia.com.br
16/11/2022 às 14:43.
Atualizado em 16/11/2022 às 14:45
 (Ricardo Stuckert)

(Ricardo Stuckert)

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou nesta quarta-feira (16) na 27ª Conferência do Clima (COP 27) das Nações Unidas, no Egito. Durante o pronunciamento, Lula destacou a importância do combate à fome e propôs a criação de uma aliança mundial para o tema que "afeta os países mais pobres de maneira desproporcional".

"Não haverá futuro enquanto continuarmos cavando um poço sem fundo de desigualdade entre ricos e pobres. Este é um desafio que se impõe a nós brasileiros e aos demais países produtores de alimentos. Por isso estamos propondo uma aliança mundial pela segurança alimentar, pelo fim da fome e pela redução das desigualdades, com total responsabilidade climática", disse o presidente eleito.

Essa é a primeira viagem de Lula ao exterior após a vitória nas eleições. Ele foi convidado pelo presidente do Egito, Abdel Fatah al-Sissi.

Amazônia
Lula teceu críticas ao governo de Jair Bolsonaro (PL) e ao tratamento dado ao desmatamento na Amazônia. Ele prometeu zerar o desflorestamento dos biomas brasileiros até 2030.

"A luta contra o aquecimento global é indissociável da luta contra a pobreza e por um mundo mais justo. Não há segurança climática para o mundo sem uma Amazônia protegida. Não mediremos esforços para zerar o desmatamento dos nossos biomas até 2030. O combate à mudança climática terá o mais alto perfil na estrutura do meu próximo governo”, disse Lula. "Nos três primeiros anos do atual governo o desmatamento na amazônia aumentou 73%. Devastação ficará no passado, crimes ambientais que cresceram de forma assustadora durante o governo vão chegar ao fim serão combatidos sem trégua. Fomos recriar e fortalecer todas as organizações de fiscalização e sistema de monitoramento que foram desmontados nos últimos quatro anos", completou.

Política internacional
A falta de protagonismo do Brasil no mundo também surgiu no discurso do presidente eleito. Esse tema já havia sido um dos pontos da campanha eleitoral do petista,

"O Brasil está de volta para reatar os laços com o mundo e combater a fome, para cooperar com os países mais pobres, sobretudo da África, com nossos irmãos latino-americanos. Para lutar por um comércio justo entre as nações. Voltamos para ajudar a construir uma ordem mundial pacífica, centrada no multilateralismo. Voltamos para propor uma nova governança global. Em um pronunciamento que fiz no fim da eleição do Brasil, em 30 de outubro, disse que não existem dois Brasis. Agora, quero dizer que não existem dois planetas Terra. Somos uma única espécie chamada humanidade”, disse.

"Precisamos de mais empatia uns com os outros , nos superar e ir além dos nossos interesses nacionais e imediatos. Para que sejamos capazes de construir uma nova ordem mundial. Estou aqui hoje para reafirmar o inabalável compromisso do Brasil com um mundo mais justo".

Povos originários
Lula prometeu criar um ministério próprio para os povos originários do Brasil. Segundo ele, isso pode facilitar a criação de projetos para as minorias.

"Vamos criar o ministério dos povos originários para que os próprios apresentem ao governo propostas que garantam a eles segurança, paz e crescimento. Eles devem ser os protagonistas de sua preservação. Os 29 milhões que moram na amazônia tem que ser os primeiros parceiros e beneficiários de um modelo de desenvolvimento local e sustentável. É possível gerar riqueza sem provocar mais mudanças climáticas”, afirmou.

Conferência do Clima no Brasil
Ems eu pronunciamento, Lula também sugeriu que deseja realizar no Brasil uma edição da Conferência do Clima das Nações Unidas e, de preferência, em um estado amazônico.

"Vou oferecer o Brasil para sediar a COP 30 em 2025. Seremos cada vez mais afirmativos diante o desafio de enfrentar a mudança do clima, alinhados pelos compromissos assinados. Já tem muitas cidades querendo levar a COP e vou defender que seja realizada em um estado amazônico”, disse.

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