A Câmara de Belo Horizonte vai instaurar um processo de cassação contra o vereador Gabriel Azevedo (sem partido), atual presidente do Legislativo municipal. Por 26 votos a favor, 14 abstenções e nenhuma manifestação em contrário, foi decidida a abertura da investigação que pode levar à perda de mandato por quebra de decoro parlamentar.
A abertura do processo não significa a perda do mandato. O que os vereadores decidiram nesta segunda-feira (4) é que a denúncia feita pela ex-vereadora Nely Aquino (Podemos), hoje deputada federal, seja investigada. Ao fim do processo, será decidida ou não a cassação. Esta é a primeira vez que um líder da Casa tem um processo de cassação aberto contra si enquanto exerce a função.
Todos os vereadores compareceram ao plenário Amynthas de Barros. A votação foi nominal.
Antes da liberação do painel, alguns políticos foram até o microfone e explicaram o porquê de apoiarem o processo contra o presidente.
Um dos pronunciamentos que mais chamou atenção foi o do vereador Marcos Crispim (Podemos), que chorou durante o discurso. Bastante emocionado, ele disse que esta segunda-feira (4) é "um dia lamentável", referindo-se também ao pedido de abertura de processo de cassação do qual era alvo. A CMBH rejeitou esse pedido, mais cedo, por 39 votos.
Já o pedido contra Gabriel desencadeou uma guerra no Judiciário, já que também havia um requerimento para que ele fosse afastado da presidência do Legislativo no desenrolar de um eventual processo de cassação. A Justiça entendeu, porém, que não havia elementos para justificar a saída temporária dele do cargo.