Festa e tensão

Posse do presidente eleito terá shows e segurança reforçada em Brasília

Hermano Chiodi
hcfreitas@hojeemdia.com.br
Publicado em 31/12/2022 às 07:03.
Brasília se prepara para a grande festa da posse presidencial: expectativa é a de que 300 mil pessoas cheguem à cidade para acompanhar a posse do petista (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Brasília se prepara para a grande festa da posse presidencial: expectativa é a de que 300 mil pessoas cheguem à cidade para acompanhar a posse do petista (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Neste domingo, 1º de janeiro de 2023, começa um novo ano e um novo ciclo na política brasileira. Em Brasília, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assume o terceiro mandato à frente da Presidência da República. Em Minas Gerais, o governador reeleito Romeu Zema (Novo) dará início ao seu segundo mandato. Os eventos de posse estão na reta final de organização e exigem, principalmente em Brasília, reforço na segurança.

Na capital federal, uma grande festa está sendo planejada para receber Lula na Esplanada dos Ministérios. O evento atrai atenção de brasileiros e estrangeiros. De acordo com a equipe de transição do governo, 53 delegações estrangeiras compostas por chefes de Estado, chefes de governo e ministros já confirmaram presença. Ao todo, a expectativa da organização e do governo do Distrito Federal é a de que 300 mil pessoas cheguem à cidade para acompanhar a posse do petista. 

Caravanas de todo o país estão sendo organizadas. Foram montados três pavilhões de alojamento para os visitantes - no estádio Mané Garrincha, no centro de exposições do Parque da Cidade e na Granja do Torto - e cerca de 20 escolas foram disponibilizadas para apoio aos viajantes. 

Equipes da organização do evento montaram “comitês de boas-vindas” nas principais entradas da capital federal. A ocupação da rede hoteleira da cidade já ultrapassava 90% nesta sexta-feira e os quartos que ainda estvam disponíveis custavam R$ 4 mil a diária.

Tradição
Lula deve cumprir os rituais tradicionais dos presidentes brasileiros e desfilar entre a Catedral de Brasília e a Praça dos Três Poderes. Depois, segue para cerimônia de posse no Congresso Nacional e caminha para a clássica “subida da rampa”, no Palácio do Planalto. 

A fuga do ritual adotado desde a redemocratização, em 1989, deve ficar por conta da ausência do presidente Jair Bolsonaro (PL), que viajou para os Estados Unidos em um avião da FAB na tarde desta sexta-feira, e não passará a faixa de presidente ao eleito. O vice-presidente Hamilton Mourão, presidente em exercício, disse que não fará o papel que seria de Bolsonaro.

Dos sete presidentes que assumiram o comando do país desde a retomada das eleições diretas no Brasil, apenas Fernando Collor de Mello e Dilma Rousseff não passaram a faixa ao sucessor, pois foram afastados da presidência com um impeachment antes do fim do mandato.

Festival
Além das cerimônias tradicionais, em 2023 a posse presidencial deve ser acompanhada de um grande festival de música, que conta com mais de 40 atrações confirmadas. Uma seleção de artistas que vai de Martinho da Vila e Geraldo Azevedo, passando por Zélia Duncan, até Pabllo Vittar e Valesca Popozuda. São mais de 12 horas de espetáculos, previstos para começar às 11h do dia 1º e seguir até as 3h de 2 de janeiro.

“Estamos trabalhando muito para garantir que todos participem dessa festa histórica com toda segurança”Rosângela Lula da Silva (Janja)Futura primeira-dama

Segurança
Tão grande quanto os números que envolvem a festa são as preocupações com a segurança do evento. O temor da organização aumentou após a descoberta de um plano de atentado, organizado por manifestantes bolsonaristas, que chegaram a colocar uma bomba em um caminhão-tanque preparado para entrar no aeroporto de Brasília.

Por causa disso, as medidas de segurança foram intensificadas. O acesso à Esplanada dos Ministérios segue com controle de acesso desde o dia 31 de outubro e com bloqueio total desde o dia 12 de dezembro. 

Não se sabe ainda se o desfile de Lula será em carro aberto ou em veículo blindado e o governo do Distrito Federal mobilizou todo o efetivo policial, de aproximadamente 8 mil militares, para atuar no fim de semana da posse.

Além disso, o porte de arma no Distrito Federal foi suspenso por determinação do ministro do Superior Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O uso da Força Nacional para reforçar ações de segurança nas estradas e durante as cerimônias da posse de Lula foi autorizado pelo governo de Jair Bolsonaro.

O futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, já avisou que será nomeado antecipadamente, nos primeiros minutos do dia 1º, para evitar vácuo de poder e conseguir implementar ações que envolvam a Polícia Federal.

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