Presunção de inocência

Presos por vandalismo em Brasília não ficarão na cadeia sem comprovação da culpa, diz Lula

Hermano Chiodi
hcfreitas@hojeemdia.com.br
18/01/2023 às 19:08.
Atualizado em 18/01/2023 às 19:29

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou que “todos terão direito à presunção de inocência” e que nenhum dos presos por envolvimento nos atos de vandalismo em Brasília (DF), no domingo, 8 de janeiro, ficará na cadeia se não houver prova de que tenha praticado algum crime.

"As pessoas serão punidas se comprovarmos que fizeram alguma coisa. Todos terão direito à presunção de inocência", disse o petista em entrevista à jornalista Natuza Nery, da GloboNews, destacando que todos os envolvidos nos atos, “independentemente da patente”, serão punidos.

Segundo Lula, há convicção de que a ação que promoveu o quebra-quebra generalizado na sede dos Três Poderes em Brasília foi uma tentativa de “golpe”. Ele citou o silêncio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e disse acreditar que seu antecessor sabia dos planos do ataque golpista. "Dá a impressão de que ele sabia; que Bolsonaro foi para Miami e esperava voltar na glória de um golpe", afirmou Lula.

O presidente disse que isso  também vale para o ex-ministro e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, que segue preso por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF. "(Torres) sabia o que iria acontecer e deixou o celular nos Estados Unidos, talvez, para a gente não investigar. Mas a gente vai investigar e todos os envolvidos têm que ser punidos", destacou.

Lula chegou a reconhecer que os atos de vandalismo permitiram a abertura de investigações de interesse do Governo Federal. “Eles permitiram que nós fizéssemos aquilo que não tínhamos condição de fazer: uma investigação sobre os envolvidos em atos golpistas”, declarou à jornalista Natuza Nery.

Mágoas
O presidente afirmou que tem apenas uma mágoa em relação à ação dos serviços de inteligência da União. Nas palavras dele, “não conseguiram avisar o presidente sobre o que poderia ocorrer". “Eu não sairia de Brasília se soubesse que isso aqui seria invadido por oito mil pessoas. Eu viajei tranquilo", lembrou.

Relação com militares
Ainda conforme Lula, a ideia não era fazer uma “caça às bruxas” e destacou que pretende restabelecer a relação com os militares. “O que eu quero é a não-politização das forças. O soldado tem voto e apoia quem quiser. Mas as instituições não têm posição política. Quem quiser fazer política, tira a farda e vai fazer política”, disse.

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