Educação

Projeto que proíbe uso de linguagem neutra nas escolas de BH é aprovado em 1º turno na Câmara

Clara Mariz
@clara_mariz
05/07/2022 às 18:35.
Atualizado em 05/07/2022 às 18:43
 (Abraão Bruck / CMBH / Divulgação)

(Abraão Bruck / CMBH / Divulgação)

Foi aprovado em primeiro turno na Câmara Municipal de BH (CMBH), nesta terça-feira (5), o projeto de lei que proíbe a utilização de linguagem neutra nas escolas públicas e privadas da capital. O texto, de autoria do vereador Nikolas Ferreira (PL), recebeu 21 votos favoráveis e apenas oito parlamentares foram contrários. Agora, a proposta volta para as comissões da CMBH para análsie das emendas.

Na justificativa do projeto, o vereador afirmou que a forma de expressão não-binária, ou seja, que não possui nenhum gênero como "ele" e "ela", tende a "segregar" ainda mais as pessoas. Segundo Nikolas Ferreira, a ideia é garantir que os estudantes de BH aprendam Portugês com base nas orientações nacionais de educação, no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa e na gramática elaborada nos termos da reforma ortográfica.

Caso seja aprovado em segundo turno e sancionado pela Prefeitura de Belo Horizonte, o projeto de lei também vai proíbir o uso da linguagem neutra na grade curricular, no material didático de instituições de ensino públicas ou privadas e em editais de concursos, além de propor sanções administrativas a quem violar o uso da língua portuguesa, considerada padrão.

Momentos antes da votação na Câmara Municipal, Nikolas convidou as pessoas que o seguem nas redes sociais para acompanhar o plenário da Casa nesta terça (5). "Esperamos você pai e mãe, qualquer pessoa de bom senso que quer cuidar da língua portuguesa, que faz parte da nossa cultura. Então, no final das contas, é um projeto cultural, que visa defender e manter o patrimônio cultural que é a nossa língua portuguesa", disse o parlamentar.

Voto contrário 
Na Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor, a terceira que analisou a proposta, Nikolas Ferreira defendeu que o "pronome neutro não traz nenhum tipo de aprimoramento para a língua portuguesa, pelo contrário, pode excluir os usuários de libras". Ele argumentou, também, que a proposta é uma defesa e uma proteção do idioma.

Porém, de acordo com a vereadora Bella Gonçalves (PSol), que votou contra, o projeto  de lei mexe no currículo da educação, o que é inconstitucional, e não considera a língua viva, tendo o "claro objetivo de perseguição a professores".

Leia Mais

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por