BRASÍLIA - O recém-criado Partido Republicano da Ordem Social (Pros) fez um ato nesta quarta-feira (2) na Câmara para prometer filiar 28 deputados e se tornar a sétima maior bancada da Casa. No evento, dirigentes admitiram que gastaram R$ 3 milhões para viabilizar a legenda. Os gastos foram nos últimos quatro anos na coleta de 1,5 milhão de assinaturas de apoio. Segundo o secretário-geral, Raul Canal, esses recursos foram financiados por "fundadores" da legenda, representando um gasto de R$ 2 por assinatura certificada. Canal disse que as despesas foram principalmente com viagens, hospedagens, combustível e consultas jurídicas. Eles negam que tenham recebido doações de empresários. Ao todo, 600 pessoas foram contratadas para atuar nos Estados, sendo que, na fase final, 70 funcionários foram destacados apenas para conferir as rubricas. Das 830 mil assinaturas entregues, diz o secretário, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) reconheceu 530 mil. No evento, dirigentes aproveitaram para mandar indiretas à ex-senadora que tentar conseguir o registro da Rede para concorrer ao Planalto em 2014. Marina briga para que o TSE reconheça 95 mil assinaturas de apoio que foram descartadas pelos cartórios sem justificativas. Para a criação de um partido, a legislação exige 492 mil assinaturas certificadas, número que ainda não foi alcançado pela Rede. "A Marina não teve a capacidade que o Pros teve. Tem gente que não gosta de atuar nas bases", disse o líder do Pros, deputado Givaldo Carimbão (AL). O Pros trabalha por adesões vindas de partidos da base aliada, especialmente do PSD e do PR. Espera atrair 32 parlamentares até sábado (5), prazo final para que políticos que pretendem se candidatar em 2014 estejam filiados a um partido político. No evento de hoje, dos 28 nomes anunciados, menos da metade compareceu. A justificativa é que tinham compromissos em seus Estados. Entre as novas adesões, está a deputada Liliam Sá (RJ) que deixou o PSD em agosto para se filiar ao PR e hoje, menos de dois meses depois, embarcou na nova legenda. Ela alegou que saiu do PSD porque a legenda não cumpriu a promessa de dar destaque para a bancada feminina, projeto que ela vislumbra no Pros. Principal estrela da nova legenda, o governador Cid Gomes (Ceará) participou da cerimônia por telefone, falando em viva voz, com os companheiros. Ao prometer reforçar o partido com cinco deputados federais, nove estaduais, prefeitos e vereadores de seu grupo político, Cid disse que o Pros nasce como "opção para muitos brasileiros". Ele afirmou ainda que não pretendia deixar o PSB nesse momento e agradeceu a atenção dos dirigentes de sua nova legenda. Além dos 28 deputados federais, o Pros espera reunir cerca de 60 deputados estaduais, 300 prefeitos e aproximadamente 4 mil vereadores.