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Senado vai instalar CPI para investigar espionagem contra Dilma

Gabriela Guerreiro - Folhapress
Publicado em 02/09/2013 às 18:38.Atualizado em 20/11/2021 às 21:34.

BRASÍLIA - O Senado deve instalar nesta terça-feira (3) comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar a espionagem realizada pela Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) no Brasil. A comissão foi criada há mais de um mês, mas só deve ser efetivamente instalada depois das denúncias de que a presidente Dilma Rousseff foi alvo direto das investigações da agência americana.

Deverá  ser eleita a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) para presidir os trabalhos da CPI - que terá que investigar se houve, de fato, ações de espionagem sobre o governo e cidadãos brasileiros.
Os senadores também articulam aprovar voto de censura contra o governo dos Estados Unidos pelas ações de espionagem da agência americana que teriam atingido a presidente.

Líder do governo, o senador Eduardo Braga (PMDB-AM) apresentou o pedido de voto de censura nesta segunda-feira (2). O plenário tem que aprová-lo para que seja formalmente encaminhado ao governo dos Estados Unidos, o que deve ocorrer nesta terça-feira.

"O voto de censura é o que o parlamento tem de mais forte na relação diplomática. A minha indignação vai além à solidariedade ao governo. Nós brasileiros precisamos ser respeitados. A título de manter um certo equilíbrio mundial, não se pode tudo", afirmou Braga.

Senadores se revezaram na tribuna da Casa para criticar a espionagem americana. Braga disse que o governo do presidente Barack Obama tem que responder por "atos da nação", mesmo que seu governo não esteja diretamente envolvido na espionagem.

O líder do governo considerou "estranho" que as manifestações populares no Brasil e na Turquia, que ocorreram nos últimos meses, tenham acontecido em meio à divulgação das ações da NSA. "Milhares de brasileiros foram às urnas e nossas informações nas redes sociais sendo devastadas? O que está por detrás desses movimentos nas redes sociais, que não é aleatório, é técnico, orquestrado, com absoluta estratégia de informação, de diplomacia comercial, invasão da soberania, desrespeito ao cidadão", disse o líder governista.

A senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS) afirmou que os Estados Unidos não podem "ousar tanto" ao violar acordos internacionais e violar informações internas de outros países. "O Brasil não é república de bananas. Não há uma nação que possa se sentir dona do mundo. Os EUA são nação importante no contexto internacional, mas isso não dá o direito a esta nação ao fazer qualquer tipo de violação aos direitos internacionais e aos direitos individuais e coletivos de qualquer cidadão, muito menos da presidente da República", disse.

Para o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), o governo brasileiro precisa adotar medidas "duras" contra as ações conduzidas pela NSA - como o cancelamento da viagem da presidente Dilma Rousseff aos Estados Unidos, programada para outubro. "O voto de censura é uma medida dura, mas precisamos fazer mais. Sugiro à presidente cancelar sua visita. O governo também precisa investir mais em ciência e tecnologia, na área cibernética, os recursos não são executados integralmente", disse.

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