Vereadores de Belo Horizonte não votaram nenhum projeto em quase metade das reuniões deste ano. Segundo levantamento feito pelo Hoje em Dia, em 26 dos 55 encontros ordinários marcados para o plenário não houve análise das propostas que estavam na pauta. Basicamente, o espaço está sendo usado para negociações com o Executivo em torno da aprovação de projetos e para se promover em ano eleitoral.

Os vereadores não votaram nem mesmo as propostas elaboradas por eles mesmos. As desculpas para a falta de votação são as mais variadas. Vão da falta de acordo em torno do texto dos projetos encaminhados pelo prefeito Marcio Lacerda (PSB) até a divergência com manifestantes que ocupam as galerias da Câmara em dia de reunião. Porém é comum ver os políticos combinando a derrubada do quórum na Casa.

De acordo com os números, junho é o mês com maior número de reuniões sem votação. Dos 15 encontros marcados, em dez não houve nenhuma análise. Na sequência aparecem os meses de maio, quando seis reuniões passaram em branco; abril, com quatro; março e fevereiro, com três cada. Houve reuniões que duraram poucos minutos.

No segundo semestre, o quadro tende a ser ainda pior por causa da eleição. Em julho não há reuniões agendadas. Em agosto, setembro e outubro os vereadores focam apenas em garantir a reeleição e esquecem das obrigações do mandato. “É normal isto acontecer. Pode esperar que muitos temas ficarão para o ano que vem”, diz um vereador que pediu anonimato.

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