(Fábio Motta/Estadão Conteúdo)
A visita do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) provocou um tumulto no hospital filantrópico da Associação Feminina de Prevenção e Combate ao Câncer de Juiz de Fora (Ascomcer), na manhã desta quinta-feira (6), na cidade da Zona da Mata. No momento em que o deputado entrou na instituição, um cordão de isolamento foi formado por partidários e pacientes idosos tiveram dificuldade para entrar no hospital.
Vestidos de preto, os homens que fizeram o cordão de isolamento seriam integrantes de um movimento de direita da cidade e disseram aos presentes que faziam uma "segurança voluntária" do candidato. Teve paciente que brigou com o grupo, por não conseguir entrar no local. Até mesmo um dirigente do partido e os verdadeiros seguranças do candidato bateram boca o grupo de homens vestidos de preto. A imprensa não pôde acompanhar a visita ao candidato dentro do prédio.
Nesta tarde, Bolsonaro participa de um encontro com empresários de Juiz de Fora.
Polêmica
Na porta do hospital, Bolsonaro falou com repórteres. O candidato explicou que usou uma "figura de linguagem" ao dizer que iria "fuzilar a petralhada". No último sábado (1º), durante um evento de campanha em Rio Branco, o deputado afirmou: "Vamos fuzilar a petralhada toda aqui do Acre!".
Nesta terça (5), a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu que o candidato do PSL esclareça a declaração feita no Acre, enquanto a coligação "O Brasil Feliz de Novo" ajuizou uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo que Bolsonaro responda por injúria eleitoral, incitação ao crime e ameaça.
Na manhã desta quinta, o plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou a candidatura de Jair Bolsonaro à Presidência da República, entendendo que o fato de ele ser réu em dois processos por injúria e incitação ao estupro não o impede de disputar o cargo de presidente.
A assessoria de imprensa de Jair Bolsonaro foi procurada para comentar sobre o tumulto em Juiz de Fora, mas a reportagem do Hoje em Dia não conseguiu contato. No gabinete do deputado foi dito que o contato deve ser feito pelo partido PSL. Tentamos falar em todos os números divulgados no site do partido, mas ninguém atendeu.
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