Zema atribui ‘tarifaço’ de Trump à postura 'antiocidente' de Lula e defende Brasil fora dos Brics
Governador de Minas ainda destacou que o presidente norte-americano tenta ‘reconduzir o Brasil para um lugar de onde nunca deveria ter saído’
O governador de Minas, Romeu Zema (Novo), atribuiu os impactos do tarifaço de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, a “postura anti-americana e antiocidente” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Além disso, o mineiro ainda defendeu a saída do Brasil dos Brics - grupo de países emergentes.
Para o chefe do governo estadual, o “discurso de Lula contra o ocidente não é de hoje”. Ele argumenta que as falas do presidente brasileiro elevaram a tensão diplomática entre o país e os EUA.
“O presidente Trump está usando a força econômica dos Estados Unidos para que o Brasil reconsidere isso. Pela primeira vez, nós estamos assistindo o presidente começar a afrontar outros países, como o presidente Lula tem feito. Trump tenta reconduzir o Brasil para um lugar de onde ele sempre deveria ter ficado”, afirmou Zema, em entrevista à Jovem Pan News.
O governador afirmou que o país continuará enfrentando dificuldades devido à postura de Lula. Segundo ele, o presidente utiliza uma “argumentação contra o dólar, um discurso anti-americano, antiocidente e a proximidade enorme, desproporcional, com ditaduras”.
Zema defende Brasil fora do Brics
O governador de Minas defendeu que o Brasil deixe de fazer do grupo dos Brics - formado por outros dez países: Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã.
Em um artigo publicado na Folha de São Paulo, Zema argumenta que os Brics representam “uma ferramenta útil apenas para um grupo de líderes autoritários que gostam de sinalizar sua oposição ao mundo ocidental, particularmente contra os Estados Unidos”.
Na avaliação do governador, o alinhamento do Brasil com os Brics é um dos principais motivos do tarifaço anunciado pelo governo Trump para os produtos nacionais importados pelos EUA.
“Não há nenhum elo cultural ou geográfico entre seus membros. Tampouco é um bloco comercial. Não há zona de livre-comércio, não há acordos tarifários nem fluxos privilegiados de investimento”, afirma Zema.
Zema considera que o Brasil deveria trabalhar para ingressar em outra entidade: a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), que conta com 38 países-membros, incluindo nações da Europa, América do Norte, América do Sul e Ásia.
O Brasil entrou para os Brics em 2009, quando também faziam parte do grupo a China, a Rússia e a Índia. Em 2011, a África do Sul aderiu à organização. No ano passado, ingressaram o Irã, o Egito, os Emirados Árabes Unidos, a Arábia Saudita e a Etiópia. Neste ano foi a vez da Indonésia.
O grupo dos Brics está atualmente sob a presidência do Brasil e a última reunião de cúpula foi realizada no Rio de Janeiro, no início deste mês.
“O Brasil tem todas as credenciais para ocupar um lugar de protagonismo no mundo. Somos uma potência agroambiental, mineral e energética, com a sétima maior população do planeta e uma das maiores extensões territoriais. Não precisamos nos apoiar em regimes autoritários para sermos ouvidos. E muito menos nos submeter ao papel de porta-voz de um bloco ideológico recheado de ditaduras”, completou Zema no artigo.
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