O governador Romeu Zema (Novo) prometeu medidas emergenciais às empresas exportadoras mineiras para minimizar os impactos da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos. Um crédito de R$ 300 milhões foi anunciado pelo chefe do Executivo estadual, que voltou a usar a taxação decretada pelo presidente Donald Trump para criticar o Governo Lula.
Na tarde desta quarta-feira (30), horas após os EUA confirmarem o tarifaço a partir de 6 de agosto, Zema anunciou a liberação de R$ 200 milhões em crédito via Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), com juros subsidiados de 0,9% ao mês, e mais um crédito de R$ 100 milhões por meio do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) de exportação.
Os critérios de acesso aos recursos serão definidos em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). “Para que haja uma justiça, já que com certeza a demanda será muito maior do que esse valor”, disse o governador.
O governador classificou a sobretaxa como mais um golpe para o setor produtivo, já pressionado pelo custo do crédito no país. “Já não bastasse o Brasil ter uma das maiores taxas de juros do mundo, que dificulta extremamente a vida do setor produtivo, que vive de crédito, que precisa de crédito para produzir, para girar. Nós ainda tivemos agora mais esse presente que foi o tarifaço”, afirmou.
Zema mencionou que setores importantes da economia mineira foram diretamente atingidos, como as indústrias de carnes, aço, têxtil e refratários, embora tenha comemorado a exclusão do ferro-gusa, que é o segundo item da pauta de exportações de Minas.
“Eu falei que essa situação tem tido desdobramentos quase que diários. Há poucas horas atrás o ferro-gusa foi excluído. (...) Então, tudo vai ter alterações nos próximos dias, semanas, meses e nós vamos estar acompanhando aqui fazendo aquilo que estiver ao nosso alcance”, destacou.
Para o governador, a lista de produtos isentos da tarifa extra - que chegou a 694 itens - não é resultado de articulação do Governo Federal, mas sim de cálculo político do próprio presidente dos Estados Unidos. “A última coisa que eu acho que ele quer é que amanhã o suco de laranja (…) tenha o preço lá crescido em 30, 40% e ele fique mal visto, como alguém que provocou a inflação”, disse o governador.
O mineiro voltou a acusar o Governo Lula de provocar o agravamento da crise com "declarações e alianças ideológicas". “Nós temos de aprender uma coisa: com o cliente você trata bem. A China é um grande cliente do Brasil, merece toda consideração, diplomacia. Agora, por que não podemos fazer isso com os Estados Unidos? Estados Unidos foi o maior cliente, muito tempo, hoje é a China. Devemos tratar bem todos, sem exceção. Agora nós escolhemos um lado que está fazendo com que estejamos colhendo esse prejuízo”, finalizou.
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