Prefeito e secretário de Contagem negam lavagem de dinheiro e criticam operação do MP

Da Redação
17/07/2019 às 17:08.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:35
 (Reprodução/Facebook)

(Reprodução/Facebook)

O prefeito de Contagem, Alex de Freitas (sem partido), e o secretário municipal de Defesa Social, Décio Camargos de Aguiar Júnior, negaram na tarde desta quarta-feira (17) as acusações do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) de lavagem de dinheiro, ocultação de bens e valores e enriquecimento ilícito e ainda criticaram a forma como a operação "Mi Casa Su Casa" foi realizada.

Na manhã de quarta, os dois foram alvos de mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça mineira. As residências e os gabinetes do chefe do Executivo municipal e do secretário foram vasculhados por agentes da Polícia Civil. Nos quatro locais foram apreendidos documentos, computadores, mídias e celulares pessoais que serão periciados.

Segundo o Ministério Público, a investigação foi desencadeada após denúncia anônima de que o prefeito mora em uma mansão incompatível com o salário que ganha na prefeitura. O MP descobriu que o imóvel de R$ 3,3 milhões, onde Alex reside, foi comprado pelo secretário Décio, que, por sua vez, apresentou uma evolução do patrimônio também incompatível com seus rendimentos, que teria saltado de R$ 1,4 milhão em 2008 para mais de R$ 19 milhões em 2018.

Mais tarde, em entrevista coletiva, Alex de Freitas afirmou que mora de aluguel no imóvel e apresentou o contrato de locação, além de recibos de pagamentos, no valor de R$ 4.500. Ele afirmou ainda que toda a operação consta em sua declaração de Imposto de Renda. Sobre o fato de alugar um imóvel de um secretário, o prefeito afirmou que é amigo de longa data de Décio, e que os dois já tinham manifestado interesse em adquirir a propriedade.

"Eu tinha a intenção de comprar, mas não tinha condições. Saí da campanha eleitoral ainda devendo. Conversei com minha mulher e vi que era melhor pagar aluguel para morarmos em local com maior segurança. Não participei do processo de compra do imóvel. Mas quando ele (Décio) comprou, ele disse 'comprei, você tem interesse de alugar?' Eu disse sim, aluguei". Para o prefeito, a situação poderia ter sido resolvida com uma simples solicitação de documentos ou verificação junto à Receita Federal.

Alex de Freitas afirmou também que tem "inteira confiança" no secretário de Defesa Social. "Conheço muito bem e confio no Décio, como todos nessa cidade. Todos conhecem sua família. A família Camargos é importante na cidade. E antes de ser meu colega de trabalho, já era meu amigo".

O secretário também rebateu as acusações do Ministério Público, e reclamou que bastaria aos investigadores apurarem melhor a natureza da sua evolução patrimonial. Ele confirmou que seu patrimônio passou de cerca de R$ 1,6 milhão para quase R$ 20 milhões devido ao recebimento de uma herança. "Meu patrimônio subiu quando passei o patrimônio do meu pai para meu CPF. Era muito fácil ir ao cartório e ver isso. Quando fui candidato tive que atualizar a declaração do Imposto de Renda", explicou.

Questionado sobre o valor do aluguel, que seria baixo em relação ao que foi pago pela casa, Décio explicou que a quantia desembolsada pelo prefeito está até acima do praticado pelo mercado. "Geralmente é 0,1% do valor venal do imóvel. Se a casa vale R$ 3,3 milhões, o aluguel seria de R$ 3.300", disse. Ele rebateu ainda a informação de que a entrada para a compra da casa, no valor de R$ 1,1 milhão, teria sido paga em dinheiro. "Mentira. Foi feita uma transferência bancária para a antiga proprietária, em 2016".

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