Presos jogam reféns de telhado de penitenciária no Paraná

Estadão Conteúdo
24/08/2014 às 19:12.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:55

Pelo menos dois presos foram decapitados durante rebelião deste domingo (24) na PEC (Penitenciária Estadual de Cascavel), no Oeste do Paraná. De acordo com a PM (Polícia Militar), há vários presos feridos e dois agentes penitenciários foram feitos reféns pelos detentos. Até as 17 de deste domingo, 24, uma equipe especial da PM negociava com os líderes dos amotinados para o fim da rebelião.

Quatro detentos foram espancados, amarrados e arremessados do telhado da penitenciária. Eles caíram de uma altura de 15 metros. Os feridos permaneceram no local por várias horas até que a equipe de socorristas do Siate do Corpo de Bombeiros teve acesso para atendê-los.

Um deles foi levado em estado grave para o Hospital Universitário. O Depen (Departamento Penitenciário) informou que um dos mortos é um ex-policial civil que estava preso por comandar um esquema de furto e desvio de peças de veículos apreendidos que ficavam no pátio 15ª Subdivisão Policial de Cascavel. As negociações com os líderes da rebelião estão sendo feita pelo diretor do Depen, Cezinando Paredes.

De acordo com a PM, o motim começou por volta das 6h, quando os agentes penitenciários se preparavam para servir o café da manhã. Dos 1040 presos, pelo menos 600 teriam aderido ao movimento. Os dois agentes penitenciários feitos reféns ainda seguem nas mãos dos presos.

A PM informou também que outros detentos foram feitos reféns, mas não soube informar a situação que se encontram. Durante a rebelião os amotinados se concentraram no telhado da penitenciária, que fica próxima do perímetro urbano de Cascavel. Eles destruíram parte da estrutura e atearam fogo em colchões levados até o teto.

Os presos, em sua maioria, cobriam os rostos e exibiam uma bandeira do PCC (Primeiro Comando da Capital), uma facção criminosa que comanda presídios em vários estados brasileiros, sobretudo em São Paulo. As informações sobre os motivos do movimento ainda são desencontradas, mas os detentos reclamam de maus tratos e qualidade da alimentação na unidade, que enfrenta a sua primeira grande rebelião desde a sua inauguração em 2007.

A secretária de Justiça, Maria Tereza Uille Gomes, também está sendo aguardada para acompanhar as negociação com os presos. Por volta das 17 horas, familiares dos detentos bloquearam a BR-277, principal rodovia do oeste paranaense e que dá acesso a PEC.

Relatos de policiais e de agentes que acompanham a rebelião informam que todos os pavilhões da unidade prisional foram destruídos.

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