Pressão nos preços da carne empurra consumidor mineiro para o pé de frango

André Santos
andre.vieira@hojeemdia.com.br
27/09/2021 às 20:23.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:57
 (Maurício Vieira)

(Maurício Vieira)

A disparada nos preços das carnes bovina, suína e de frango tem levado os belo-horizontinos a comprar cortes menos nobres e até mesmo desprezados em tempos de “vacas gordas”. Pesquisa do site Mercado Mineiro mostra que as “opções” são o pé de frango e o recorte da costela suína, cujos preços ainda assim pesam no bolso. 

O quilo do pé de frango pode custar de R$ 5,98 até R$ 13,99 - variação de 134%. A mesma quantidade do filé de peito não sai por menos de R$ 14,98 e pode chegar a até R$ 25,90 nos supermercados e açougues da capital. 

De acordo a presidente do Movimento das Donas de Casa de Minas Gerais (MDC-MG), Solange Medeiros, em alguns supermercados há bandejas contendo somente pé de frango nas prateleiras. “Existe uma necessidade de consumo de proteínas e as pessoas estão sendo forçadas a procurar o que cabe no bolso delas”, frisa a presidente do MDC-MG. 

Frango em disparada

Outras opções procuradas pelos consumidores têm sido a salsicha e os recortes de costela suína. Segundo o Mercado Mineiro, o quilo da salsicha varia de R$ 8,98 a R$ 15 (67%). Já o recorte de costela Suína custa de R$ 8,49 até R$ 9,99, com diferença de 18%. 

A pesquisa mostra que os preços da carne de frango continuam em elevação. O quilo do frango resfriado, por exemplo, subiu 6,77% em um mês, saindo de R$ 10,90 para R$ 11,64. Já o do peito resfriado subiu 6%, de R$13,19 para R$13,99. Outros cortes como a coxa e sobrecoxa subiram 4,19%, e o filé de peito passou de R$18,01 para R$19,06, alta de 5,84%.

O levantamento mostra também que, em média, os preços dos cortes de carne bovina se mantiveram estáveis em relação à última pesquisa, realizada em julho. O maior aumento foi de 3,38% no quilo do filé mignon, de R$ 56,66 para R$ 58,58, e o contra filé subiu de R$45,39 para R$46,22 (+1,82%). Em contrapartida, o quilo do acém caiu de R$31,80 para R$31,46 (- 1%). 

A mesma tendência foi observada nos preços das carnes suínas. Enquanto alguns cortes tiveram queda, como o da costelinha, que diminuiu 1,5% – passando a custar R$ 22,64 em setembro contra R$ 22,64 em agosto – e bisteca, que passou de R$19,26 para R$ 19,09, outros apresentaram elevação. Caso do quilo do pernil sem osso: 1% mais caro. 

“Infelizmente, não há nenhuma demonstração de baixa nos preços. Hoje é muito mais atrativo para os produtores exportar as carnes do que abastecer o mercado interno”, diz O economista Feliciano Abreu, diretor do Mercado Mineiro, apontando tendência de mais pressão. 

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