58 milhões de brasileiros estão cadastrados em lista de devedores

Tatiana Moraes - Hoje em Dia
tmoraes@hojeemdia.com.br
12/04/2016 às 06:00.
Atualizado em 16/11/2021 às 02:54
 (Flávio Tavares / Hoje em Dia)

(Flávio Tavares / Hoje em Dia)

Quase 40% da população adulta brasileira estão registrados em algum serviço de proteção ao crédito. E o número de devedores não para de crescer. Entre fevereiro e março deste ano, 700 mil pessoas com idade entre 18 e 95 anos foram registradas nas listas negras do comércio. Os números foram divulgados ontem pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).

O estudo é divido por regiões, mas não mostra o recorte do Sudeste separadamente devido à ‘Lei do AR’. Desde 2015, consumidores de São Paulo só podem ser negativados após assinarem notificação dos Correios. Como muitas pessoas não são encontradas ou se recusam a assinar, os números na região não são retratados de forma fiel.

De acordo com o SPC Brasil, 4,2 milhões de pessoas foram inseridas nos bancos de dados dos serviços de proteção ao crédito desde 2015. O cenário econômico nebuloso contribui, e muito, para o atraso nas contas, alerta o gerente Financeiro da entidade, Flávio Borges.

Afinal, com a inflação corroendo a renda do consumidor, nem sempre sobra dinheiro para que os compromissos sejam honrados. Os juros em alta encarecem e restringem o crédito, prejudicando aqueles que pretendiam pegar empréstimos para quitar os débitos. A saída é colocar tudo na ponta do lápis e se programar.

O que fazer?
“A pessoa precisa saber exatamente o quanto ela deve, quando vencem as parcelas e quais são as taxas. É necessário fazer um inventário, conhecer as dívidas”, explica o gerente financeiro. Depois, ele ressalta que o ideal é priorizar as dívidas de primeira necessidade. Ou seja, pagar água e luz, por exemplo.

Os débitos com taxas mais altas também devem receber atenção especial. Neste caso, o consumidor pode avaliar a possibilidade de trocá-los por dívidas mais baratas. Ele alerta que o cartão de crédito, cuja taxa de juros anual é superior a 400%, não deve ser deixado de lado.

Para cobrir esta despesa, é interessante que o devedor procure por linhas de crédito que ofereçam juros mais baixos, como os consignados, que têm descontados em folha. “Os servidores públicos também têm taxas especiais”, destaca.

Negociar a dívida é outra alternativa. Borges afirma que é comum as pessoas terem vergonha de ir aos bancos conversar com o gerente para tentar melhorar a dívida, seja para reduzir a taxa ou para parcelar o montante. Se a conversa não der certo, a sugestão do especialista é levar a dívida para outra instituição. “Outros bancos podem querer assumir aquela dívida, oferecendo melhores condições de pagamento”, diz o gerente da SPC Brasil.

   

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