Aço também é drama para indústria moveleira e da construção

Evaldo Magalhães
efonseca@hojeemdia.com.br
27/03/2021 às 11:34.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:32
 (© Antônio Cruz/Agência Brasil)

(© Antônio Cruz/Agência Brasil)

Além de derivados de madeira e tecidos, o aço também tem sido um problema para o setor moveleiro. O motivo, válido para quase todas as mercadorias “exportáveis” do país durante a atual crise sanitária, é a preferência de fornecedores pelas vendas externas, lastreadas em dólar, o que reduz a oferta e provoca encarecimento e escassez no mercado interno.
“Insumos como algumas chapas e ferragens mais elaboradas, usadas na fabricação de móveis, também estão faltando. E, quando as encontramos, os preços estão acima de 80% do que era praticado antes da pandemia”, relata o diretor do Sindimóveis-MG, Gustavo Ladeira.

A questão tem sido discutida, sobretudo, pelo setor de construção civil. Na semana passada, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) realizou um levantamento com empresas de de todo o país para verificar a real situação do problema da escassez de insumos. Entre as 206 consultadas, 84% disseram que há desabastecimento de aço em suas regiões. A CBIC também perguntou às empresas quais materiais estão com o prazo de entrega maior que o habitual. Para 82,9% delas, a resposta foi o aço. Questionadas sobre o prazo médio de entrega das usinas em suas regiões, 39,3% das empresas responderam “entre 30 e 60 dias” e 25,7% disseram “entre 60 e 90 dias”.

O desabastecimento e a insegurança com relação aos custos de vários materiais podem prejudicar a atividade da construção, que, no início do ano, projetava crescer 4% em 2021 e gerar 200 mil novas vagas de empregos. “O aumento do preço de insumos da construção civil impacta o planejamento e o ritmo de obras das construtoras, assim como a manutenção do emprego e renda e o preço dos imóveis. O setor é essencial para o crescimento da economia e estamos atuando com afinco na pacificação dos valores desses insumos”, reforça Geraldo Linhares, presidente do Sinduscon-MG.
Na última terça-feira, a CBIC apresentou o levantamento ao governo federal e ponderou, por meio de seu presidente, José Carlos Martins, que, enquanto a oferta e a demanda não forem normalizadas, não será possível estabilizar preços no segmento.

“Quando a construtora tenta comprar da siderúrgica e não consegue, vai à distribuidora e se depara com um valor muito alto”, disse o dirigente.

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