A aposta no pequeno Tupã

Bruno Porto - Hoje em Dia
27/07/2014 às 08:29.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:32
 ( AXISAERO)

( AXISAERO)

Redução de custos operacionais da ordem de 25% e uma velocidade de cruzeiro 40% acima das aeronaves de mesmo porte no mercado tradicional. Essas são as principais características do AX-2 Tupã, avião em desenvolvimento em Tupaciguara, no Triângulo Mineiro, pela Axis Aeroespacial, empresa que sustenta a tese de que irá revolucionar o mercado da aviação executiva com um modelo de aeronave com opções de 4, 6 e 8 lugares, e com custos de aquisição, operação e manutenção bem mais acessíveis.   O projeto tem orçamento de R$ 24 milhões e é bancado com recursos da Secretaria de Estado de Ciência Tecnologia e Ensino Superior (Sectes) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).   Já foram liberados, desde 2012, de acordo com a Fapemig, R$ 7 milhões para a fase de desenvolvimento do projeto científico, em que foram realizados estudos de viabilidade tecnológica, econômica e comercial.   Como os estudos atestaram a viabilidade, foi aprovado recentemente o desembolso para a segunda fase, que consiste no desenvolvimento da Prova de Conceito” (proof -of- concept), uma espécie de protótipo. Serão injetados mais R$ 5 milhões.   “Os estudos e relatórios que nos foram enviados apontaram no sentido de uma aeronave altamente competitiva. Falta ainda atestar o sucesso em seu comportamento aeronáutico, que virá com os testes de segurança nessa nova fase”, disse o presidente da Fapemig, Mário Neto Borges.   Novo propulsor   O diretor da Axis Aeroespacial, Daniel Martins Carneiro, destaca as inovações contidas em todo o processo, mas frisa que não há novas tecnologias, e sim novos conceitos.   “Estamos desenvolvendo um propulsor do tipo Ducted Fan, que é um propulsor tipo hélice, com muitas pás. Outra coisa inovadora é a utilização de motores energeticamente mais eficientes. Em relação à configuração do avião, pela colocação dos motores no interior da fuselagem para redução de arrasto e peso estrutural, com acionamento externo para os propulsores, se configuram também como métodos inovadores”, afirmou.   Carneiro projeta o primeiro voo de teste da aeronave para 2016, caso corra tudo dentro do planejado e não apareçam restrições legais no meio do caminho. Nesse sentido, ele já iniciou conversas informais com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e pretende, em breve, iniciar os contatos formais. A disponibilização do Tupã no mercado ainda dependerá de outros fatores, como a certificação. Não há prazo definido.   A ideia do Tupã amadureceu com o tempo. Ela surgiu há mais de 20 anos, quando engenheiros do curso de Engenharia Aeronáutica do Centro de Estudos Aeronáuticos, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que eram também pilotos, começaram a tratar do assunto auxiliados por alguns professores. “O que antes parecia impossível foi se tornando ‘apenas’ difícil, e foi ganhando corpo até que, anos após, foi criada a Axis com o propósito de levar esse projeto adiante”, disse Carneiro.

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