Acordo grego prevê alongamento da dívida e fundo de € 50 bilhões

Estadão Conteúdo
13/07/2015 às 07:24.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:53

Após 17 horas de negociação, credores e gregos finalmente apertaram as mãos e concordaram com as condições que apontam para o terceiro resgate internacional à Grécia. As partes que participaram da negociação informaram que, apesar da insistência de Atenas, não houve acordo para redução da dívida externa grega. Credores concordaram apenas em alongar prazos. A dívida continua a mesma. O texto prevê ainda um fundo com 50 bilhões de euros em ativos gregos que serão usados para, entre outras coisas, recapitalizar os bancos do país.

O texto oficial ainda não foi divulgado. Segundo participantes da negociação, o que se sabe até agora:

Dívida. O acordo alcançado não prevê qualquer redução da dívida externa grega. A chanceler alemã, Angela Merkel, destacou durante entrevista coletiva que não há perspectiva de qualquer redução nominal da dívida grega. Segundo ela, o Eurogrupo está disposto a avaliar a ampliação dos prazos desses compromissos, mas sem alterar o montante que deve ser pago por Atenas.

Fundo. Foi acertada a criação de um fundo de 50 bilhões de euros com ativos gregos. A gestão do fundo será feita em Atenas com supervisão das autoridades europeias. Os recursos serão usados para, entre outras coisas, recapitalizar o sistema bancário grego e pagar a dívida do país, de acordo com o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem. Os recursos também deverão ser usados para pagamentos da dívida grega no exterior.

Bancos. Além de parte do novo fundo grego ser destinada à recapitalização dos bancos gregos, o acordo permite ao Banco Central Europeu (BCE) continuar o uso normal da linha de liquidez emergencial aos bancos, a chamada "ELA". Há rumores de que seriam necessários 2 bilhões de euros imediatamente para que os bancos pudessem abrir as portas na terça-feira. As restrições relativas à movimentação do capital - como limite de saque diário de 60 euros, porém, devem ser mantidas por enquanto.

Parlamentos. O texto final do acordo será avaliado pelos Parlamentos nacionais dos países europeus, inclusive da Grécia. Merkel disse que sugerirá aos parlamentares alemães que aprovem o acordo.

Vale lembrar que o acordo foi alcançado apenas oito dias após o plebiscito ter sinalizado que a população grega preferia o "não" ao acordo com credores, o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, e os credores internacionais chegaram a um consenso sobre as condições para um novo resgate financeiro internacional para a Grécia. A decisão pode ser entendida como uma "rendição" do político grego de esquerda, mas ao mesmo tempo enterra a temida hipótese de a Grécia deixar a zona do euro.
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