Há mais de 20 anos na área criminal, o advogado Alexandre Lopes é o responsável pela defesa do ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, acusado de desviar dinheiro da estatal para o caixa do Partido dos Trabalhadores (PT).
Lopes considerou a prisão de seu cliente ilegal. Segundo ele, Renato Duque, que voltou à prisão em Curitiba recentemente, nega que tenha movimentado 20 milhões de euros fora do país.
“Ele voltou porque o Juízo de Curitiba decretou nova prisão, utilizando os mesmos argumentos: supostamente, dinheiro fora do país. Impetramos novo habeas corpus, que ainda está no Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Caso seja negado, iremos ao Superior Tribunal de Justiça e, depois, Supremo Tribunal Federal”, adiantou o criminalista.
Renato Duque nega a autoria dos desvios, segundo o advogado. “A linha de defesa terá como arrimo a negativa de autoria, além da demonstração das várias irregularidades processuais existentes, que tornam todos os atos decisórios nulos. Uma das principais: incompetência do juízo federal de Curitiba para processar e julgar o feito”, afirmou Alexandre.
Para Lopes, a prisão preventiva de Duque é “ilegal e desnecessária”. “Não existe elemento concreto que indique a necessidade da custódia cautelar, violando-se o princípio da presunção de inocência. A forma como as prisões foram decretadas faz transparecer uma execução antecipada de pena, sem defesa, à mingua de sentença condenatória”, disse.
“Pessoalmente, sou contra a delação premiada. Faz surgir algo lastimável no ser humano: a alcaguetagem. Jamais darei suporte legal ao dedo-duro. Lamento que existam advogados que atuem dessa forma. Nas delações, percebe-se, sem muito esforço, que pessoas estão mentindo para receber um prêmio, que deveria vir somente ao final, se comprovadas as acusações”, completou o advogado.

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