Al-Qaeda convoca muçulmanos para atacar Estados Unidos

AFP
15/09/2012 às 15:59.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:18
 (Mahmoud Zayyat/AFP)

(Mahmoud Zayyat/AFP)

DUBAI - A rede terrorista Al-Qaeda convocou neste sábado (15) os muçulmanos a seguir atacando os interesses dos Estados Unidos para protestar contra o filme que ridiculariza o profeta Maomé, no momento em que diminui a tensão após quatro dias de revolta.

A Al-Qaeda na Península Arábica (AQPA) afirma que o ataque contra o consulado na cidade líbia de Benghazi foi motivado tanto pelo filme como pela morte do número dois do movimento, Abu Yahya al Libi, eliminado em junho em um ataque americano no Paquistão.

"Façamos da expulsão das embaixadas e dos consulados uma etapa da libertação das terras árabes da hegemonia e da arrogância americanas", diz a AQPA em um comunicado na Internet monitorado pela rede de vigilância SITE.

Diante dos ataques contra seus interesses, os Estados Unidos estão enviando forças militares à região e o secretário da Defesa, Leon Panetta, destacou que o país deve "estar preparado para a hipótese de as manifestações" saírem do controle.

Washington anunciou o envio de 100 fuzileiros navais à Líbia, onde o embaixador Chris Stevens e outros três funcionários morreram no ataque ao consulado em Benghazi, na terça-feira passada.

No Iêmen, quatro manifestantes morreram na quinta-feira durante um protesto diante da embaixada americana, mas o Parlamento iemenita rejeitou neste sábado a presença de militares americanos em seu território.

Washington planejava ainda o envio de 50 fuzileiros navais a Cartum, mas o Sudão também rejeitou o pedido americano.

O filme "Innoncence of Muslims" (Inocência dos Muçulmanos), que mostra o profeta Maomé como imoral e brutal, provocou violentos protestos diante das representações diplomáticas dos Estados Unidos no Cairo e em Benghazi, que depois se espalharam a outros países.

Na sexta-feira, os protestos sacudiram Iraque, Irã, Iêmen, Egito, Síria, Marrocos, Argélia, Tunísia, Sudão e Líbano, além de vários países muçulmanos na Ásia, deixando ao menos onze manifestantes mortos.

Nesta sábado, não houve qualquer manifestação importante nas capitais árabes, e os protestos mais significativos ocorreram na Indonésia e na Austrália.

Vingança

A nota, divulgada pelo centro norte-americano de vigilância dos sites islâmicos, diz que a morte do xeque Abu Yahya Al Libi “estimulou o entusiasmo e a determinação dos filhos de Omar Al Mokhtar [líder da resistência líbia contra a colonização italiana] a se vingarem dos que ridicularizaram e atacaram o nosso profeta”.

O ataque ao consulado coincidiu com os 11 anos dos atentados de 11 de Setembro de 2001, nos Estados Unidos, e causou a morte de quatro norte-americanos, incluindo o embaixador Chris Stevens.

Abu Yahya Al Libi foi morto no início de junho, no Paquistão, em ataque de um avião não tripulado norte-americano.

O consulado norte-americano em Benghazi foi atacado durante um protesto contra o filme Inocência dos Muçulmanos, feito nos Estados Unidos, que retrata a vida do profeta Maomé e é considerado insultuoso pelos islamitas.

“O levantamento do nosso povo na Líbia, no Egito e no Iêmen contra a América e suas embaixadas é um sinal para indicar aos Estados Unidos que a sua guerra não é contra grupos e organizações (…) mas contra a nação islâmica que se levantou contra a injustiça, a fraqueza”, acrescenta o comunicado.

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