Aliados de Marcio Lacerda já consideram um 'plano B'

Lucas Simões
lsimoes@hojeemdia.com.br
13/08/2018 às 22:49.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:54
 ( Flávio Tavares)

( Flávio Tavares)

A indefinição jurídica sobre a candidatura de Marcio Lacerda ao governo de Minas Gerais tem tirado o sono dos líderes dos sete partidos que hoje apoiam o ex-prefeito, fazendo com que vários deles cogitem um plano B. Com sequenciais recursos acumulados na Justiça, a favor e contra Lacerda, a expectativa é que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) se posicione até essa quinta-feira sobre o futuro eleitoral do pessebista.

A pré-candidatura de Lacerda tem o apoio de MDB, PV, PRB, Podemos, Pros, PDT, além do PSB, apesar do racha no partido. Desses, apenas os emedebistas têm resistência forte a uma alternativa a Lacerda, na hipótese de ele ter a candidatura barrada pela Justiça. 

O presidente da Comissão Provisória do MDB em Minas, deputado federal Saraiva Felipe, disse que o partido discutiu a hipótese, mas ela foi rechaçada. “Não tem plano B, conversamos e isso foi definido. Acreditamos que o Lacerda está bem cercado juridicamente. Pode ser um erro (não ter plano B), mas não cogitamos isso”, disse Saraiva.

Em contrapartida, o PV, segundo apoio mais forte de Lacerda na corrida eleitoral, poderá fazer concessões. O presidente da legenda em Minas, deputado estadual Agostinho Patrus, diz que a primeira opção da legenda seria apoiar uma eventual cabeça de chapa representada por Adalclever Lopes (MDB), hoje, vice de Lacerda. “É nossa tendência apoiar o Adalclever, caso o Marcio não consiga ser candidato. Mas, não pensamos nisso. O Marcio é o nome mais forte para o governo e vai concorrer”, disse Patrus.

No mesmo sentido, o PDT não pretende fechar as portas para adversários de Lacerda, por enquanto. “Queremos o Marcio. Mas, se ele não for autorizado, é claro que o jogo se abre, vamos analisar o futuro”, diz Mário Heringer, presidente do PDT em Minas.

Com posicionamento mais aberto, o presidente do PRB no Estado, Gilberto Abramo, cogita até mesmo alianças que alimentem ainda mais a polarização entre petistas e tucanos, caso Lacerda esteja fora do páreo. “Nós estamos acreditando que tudo vai dar certo. Se, porventura, não houver a candidatura do PSB, pode haver a candidatura do MDB. Mas, se o Adalclever não assumir a majoritária, aí é claro que não podemos fechar as portas a outros partidos com chances de vitória”, justificou Abramo.

Disputa

O registro da candidatura de Marcio Lacerda, junto com o plano de governo, será feito amanhã, no TRE-MG. Para além desse trâmite, Lacerda trava uma dura batalha judicial com a executiva nacional do PSB. 

Na semana passada, o ex-prefeito entrou com dois recursos na Justiça para anular a decisão da executiva nacional do partido, que dissolveu o diretório da legenda em Minas, e nomeou uma Comissão Provisória sob a presidência de Renê Vilela, histórico aliado de Júlio Delgado (PSB), principal opositor de Lacerda em Minas.
Um dos recursos será julgado pelo TSE nesta quinta. O outro, a cargo do TRE, não tem data para julgamento, apesar de ambos os órgãos judiciais estabeleceram prazo final para análise de candidaturas e de recursos até sexta-feira — com possibilidade de prorrogação, a depender do juiz.

Os deputados Léo Portela e Lincoln Portela, ambos do PR, entraram com mandado de segurança no TRE-MG, ontem, para impedir que a coligação PT-PCdoB-PR receba o nome oficial de “Lula Livre”
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