Analistas avaliam que campanha entra em ritmo menos agressivo

Ana Luiza Faria - Hoje em Dia
21/10/2014 às 08:07.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:42
 (Wesley Rodrigues)

(Wesley Rodrigues)

Na última semana da corrida eleitoral, especialistas analisam as estratégias dos candidatos à Presidência da República e afirmam que nesses últimos dias, ao contrário do que foi apresentado nos primeiros debates e propagandas eleitorais, a tendência é a de que o tom dos discursos seja menos agressivo e mais propositivo. 

O cientista político Malco Camargos, da Pontifícia Universidade de Minas Gerais (PUC-Minas), acredita que a estratégia de atacar não será mais utilizada.

“Podemos perceber pelo último debate da TV Record e nos últimos programas eleitorais que a comparação entre formas de governar foi mais debatida”, explica.

Segundo Malco, a desconstrução dos candidatos já foi feita. “Os ataques funcionaram, sim, mas o objetivo já foi atingido, o aumento da rejeição de ambos candidatos. Agora, é o momento de saber balancear a campanha, na reta final é importante que isso seja feito já que os ataques aumentam a rejeição e não ganham voto”, explicou. O cientista afirmou que o eleitor que já escolheu o candidato que não irá votar tem agora de decidir o porquê de votar em seu adversário.

O cientista político Gilberto Barros, também da PUC-MG, diz que a mudança de tom no último debate foi reflexo de todo um conjunto de pesquisas qualitativas de como os eleitores estavam recebendo a forma que os primeiros debates foram discutidos. “O resultado de pesquisas internas dos dois partidos provavelmente apontaram que os eleitores não gostam de debates com o tom agressivo”.

Segundo Gilberto, a adequação do debate nos dois partidos se deu pela vontade apresentada pelos eleitores de uma discussão mais propositiva.

“Isso não é espontâneo, isso é uma forma adequada para ter mais votos. A forma agressiva que estava sendo levada nos primeiros debates não é boa para nenhum dos dois, o baixo nível de discurso e apresentação de propostas acaba levando os indecisos a optar pelo voto nulo ou em branco”.

Para Gilberto, a campanha feita com “pancadaria” só é aprovada pela militância dos partidos. “E militância não ganha votos. Esse modelo de campanha está esgotado. Pancadaria não funciona. Só leva o candidato mais para o lado negativo e os indecisos a anularem seus votos”.

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