Analistas dão dicas para evitar perda com as turbulências do mercado

Raul Mariano - Hoje em Dia
02/10/2014 às 08:41.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:26
 (Yasuyoshi Chiba/AFP)

(Yasuyoshi Chiba/AFP)

Para evitar perdas com o efeito eleitoral sobre a Bovespa, que nessa quarta-feira (1º), mais uma vez, amplificou a aversão a riscos envolvendo ativos do país, a recomendação de analistas do mercado financeiro aos investidores é apostar em títulos do governo e do crédito imobiliário. O conservadorismo é uma forma de proteção motivada pela oscilação do mercado de ações, que tem reagido fortemente às pesquisas eleitorais.

Em mais um dia de mau humor do mercado, o dólar subiu 1,46% e fechou a R$ 2,4850, o maior patamar desde 8 de dezembro de 2008, quando a moeda americana terminou o pregão cotada a R$ 2,501. Já o Ibovespa, índice de referência do mercado acionário local, fechou em queda de 2,32%, aos 52.858 pontos.

Na interpretação de analistas de mercado, a quebra da expectativa de vitória de um candidato de oposição, evidenciada pelas últimas pesquisas, derrubou a esperança de mudanças significativas no cenário macroeconômico.
Em sua grande parte, os agentes do mercado financeiro desaprovam a política econômica adotada no governo Dilma, e por isso preferem um candidato da oposição. Nesse sentido, as pesquisas de intenção de voto acabam influenciando nos movimentos do mercados.

Para o coordenador de administração do Ibmec, Eduardo Coutinho, o comportamento do mercado financeiro estará sempre atrelado à sinalização dada pelo governo federal. “Se não houver sinais claros da presidente (Dilma Rousseff), a tendência é a continuação da instabilidade”, comenta.

Na avaliação do diretor da Mirae Asset, Pablo Spyer, a queda da Bovespa está exacerbada. “Por outro lado, há um fluxo forte de estrangeiro na Bolsa, que é o maior volume da história. Esse grupo de investidores, que visa o longo prazo, está vendo uma oportunidade de compra. Mas a volatilidade está forte porque os grandes investidores locais estão especulando no curto prazo com base nas eleições”, opinou.

O cenário eleitoral também colabora para o movimento de alta do dólar, que em breve deve atingir R$ 2,50, patamar em que já está no mercado futuro da BM&FBovespa.

“Para quem aplica no mercado de ações com um horizonte de longo prazo, não é momento de desespero. No entanto, para quem está com outras posições, não é a hora mais indicada para se investir”, comenta o economista Marcus Renato Xavier.

Outra tendência apontada por Xavier é que o cenário deve favorecer os investimentos em fundos de renda fixa – nos quais a rentabilidade pode ser definida no momento da aplicação ou do resgate – em detrimento do mercado de renda variável (ações), no qual a imprevisibilidade é maior.

“Nesse mercado de grandes oscilações sempre surgem histórias de pessoas que estão lucrando com especulações na bolsa, mas é importante lembrar que o contrário também acontece”, alerta o economista. 

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