Andrade Gutierrez diz que propina abasteceu campanha de Dilma em 2014, afirma jornal

Da Redação
Hoje em Dia - Belo Horizonte
07/04/2016 às 11:13.
Atualizado em 16/11/2021 às 02:50
 (José Cruz)

(José Cruz)

A empreiteira Andrade Gutierrez teria feito fez doações legais às campanhas da presidente Dilma Rousseff (PT) e de seus aliados em 2010 e 2014, utilizando propinas procedentes de obras superfaturadas da Petrobras e do sistema elétrico.

As informações, divulgadas nesta quinta-feira (07) pelo jornal Folha de S.Paulo, são de delação premiada do ex-presidente da construtora Otávio Marques de Azevedo, sendo apresentada pelo empresário em uma planilha à Procuradoria-Geral da República (PGR).

Conforme a matéria, o ex-presidente e o ex-executivo Flávio Barra esmiuçaram os detalhes do documento em depoimentos ocorridos em fevereiro, enquanto negociavam a delação premiada que aguarda homologação no Supremo Tribunal Federal (STF).

Essa seria a primeira vez que um empresário detalha o esquema — apurado pela Operação 'Lava Jato' — de financiamento de partidos por meio de propinas de contratos públicos legalizadas na forma de doação eleitoral.

Repasse de R$ 20 milhões

De acordo com a apuração da Folha de S.Paulo, em 2014, a Andrade Gutierrez repassou R$ 20 milhões para o comitê da campanha de Dilma. Na tabela, que inclui também doações realizadas em 2010 e 2012, cerca de R$ 10 milhões destinados às campanhas da presidente estão vinculados à participação da construtora em contratos de obras públicas.

A matéria pondera ainda que não está claro se o valor endereçado à petista foi entregue ao comitê ou ao Diretório Nacional do PT.

Segundo a delação de Azevedo, a propina que teria servido à campanha tinha origem em contratos da Andrade Gutierrez para as obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, da usina nuclear de Angra 3 e da hidrelétrica de Belo Monte, que estão entre as 10 maiores do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

A tabela, segundo a Folha de S.Paulo, também relaciona valores para as campanhas de Dilma em 2010 e para o Diretório Nacional do PT nas eleições municipais de 2012. O jornal ainda salienta que não há menção à campanha dos adversários tucanos da presidente.

Resposta

Em contato com o periódico paulista, o comando da campanha de Dilma em 2014 negou, por meio de nota, qualquer irregularidade nas doações feitas à petista.

"Aliás, a empresa fez doações legais e voluntárias para a campanha de 2014 em valores inferiores à quantia doada ao candidato adversário", diz o texto, assinado pelo coordenador jurídico da campanha presidencial, Flávio Caetano.

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