Antigos: Maserati Ghibli chega aos 55 anos como referência de design

Marcelo Jabulas
@mjabulas
13/11/2021 às 11:11.
Atualizado em 05/12/2021 às 06:15
 (Marcelo Jabulas)

(Marcelo Jabulas)

Pode parecer clichê, mas é preciso reconhecer que não há design mais passional que o italiano. E não é errado dizer que a década de 1960 foi a Renascença da indústria do automóvel. Os esportivos artesanais da terra de Colombo provocaram uma revolução na forma que a grande indústria passasse a projetar seus produtos, em que o apelo emocional pode superar o funcional.

Apresentado no dia 3 de novembro de 1966, no Salão de Turim, o Maserati Ghibli tinha a obrigação de continuar o legado italiano no segmento gran turismo, criado pelo Lancia Aurelia B20, 15 anos antes e que foi abraçado pelas conterrâneas Ferrari, Alfa Romeo e Lamborghini. E o cupê da marca de Netuno o fez com maestria.

Com desenho assinado por Giorgetto Giugiaro, o Ghibli se destaca pelo imenso capô, o e teto fastback com para-brisa traseiro quase plano. O carro era simplesmente fabuloso, com faróis escamoteáveis, traseira curta e enormes balanços que lhe entregavam um perfeito entre-eixos de 2,55 m. Fator que lhe conferia comportamento dinâmico ímpar.

Ele tinha um desenho tão impactante, que conta-se que Henry Ford (neto) comprou um exemplar do Ghibli e mandou estacioná-lo no saguão do centro de desenvolvimento de produto da marca, em Detroit. O carro ficou lá justamente para servir de exemplo a ser seguido. E parece que a inspiração deu certo. Em 1971, o estilo foi aplicado ao Mustang, quando passou por sua primeira renovação visual.

Interior

Por aqui, o cupê foi uma das estrelas da exposição “Beleza em Movimento”, que aconteceu em 2019 na Casa Fiat de Cultura. Uma unidade do Ghibli fazia parte da mostra, junto de outros clássicos do design italiano, com direito a Ferraris, Alfas, Lamborghini e até um DeLorean DMC-12.

Por dentro, esse GT seguia a cartilha à risca. Posição de dirigir baixa, muito espaço para motorista e passageiro, e um pequeno assento traseiro que desestimula qualquer carona. Afinal, gran turismo é para viagens a dois.

310 cv

Outro dogma que o Ghibli foi fiel esta sobre o capô. O cupê foi equipado com V8 4.7 de 310 cv e 40,1 kgfm. A unidade tinha carter seco (quando o reservatório de óleo não fica abaixo do bloco), o que era algo notável para a época e permitia que o cofre do motor pudesse ser tão raso. O GT era equipado com transmissão manual de cinco marchas e tração traseira. No entanto, era possível encomendar com caixa automática.

O Ghibli ficou em linha de 1967 a 1972. Ele teve cerca de 1.200 unidades produzidas. Seu sucessor direto é o cupê GranTurismo, que manteve a mesma receita e um belo V8 4.7 sob o capô. Mas quem herdou seu nome foi o sedã lançado em 2013, que apesar de não ser um GT, conta com um V8 biturbo 3.8 de 580 cv.

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