Após cinco trimestres de queda, economia de Minas inicia recuperação

Da Redação
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21/09/2016 às 15:20.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:55
 (Fiat/Divulgação)

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 Depois de cinco trimestres consecutivos em queda, o Produto Interno Bruto (PIB) de Minas, soma dos bens e serviços produzidos no Estado, ficou estagnado no segundo trimestre de 2016, em relação ao primeiro trimestre do ano, na análise da série com ajuste sazonal. Puxada pelo setor industrial, a atividade econômica mineira apresentou ligeira expansão de 0,1%, em termos reais. 

 Os dados fazem parte do Monitor FJP - 2° Trimestre/2016, divulgado pela Fundação João Pinheiro (FJP) nesta quarta-feira (21). Para o mesmo período e mantendo a mesma base de comparação, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou uma retração de 0,6% para o PIB brasileiro. No acumulado do ano, entretanto, o PIB de Minas apresentou uma retração de 4,1%, em comparação com o primeiro semestre de 2015, No país, o recuo foi maior, 4,6% . 

 A reação no segundo trimestre, embora discreta, pode ser explicada, sobretudo, pela recuperação da indústria, que cresceu 2,1% em comparação ao trimestre anterior. A recuperação foi mais expressiva na atividade extrativa mineral, que saiu de uma retração de 6,6% no primeiro trimestre para uma elevação de 0,9% no segundo trimestre. O resultado foi puxado, basicamente, pela recuperação da produção de minério de ferro, que tinha ficado abaixo do normal nos três primeiros meses do ano.

 Transformação

O segmento da indústria de transformação também apresentou reação positiva, tendo passado de uma redução de 1,4% (na comparação entre o primeiro trimestre de 2016 e o quarto trimestre de 2015) para um crescimento de 1,8% (quando comparado o segundo trimestre de 2016 com o trimestre imediatamente anterior). A melhora pode ser creditada, em parte, ao comportamento do segmento de fabricação de produtos alimentícios.

 Já o segmento de energia e saneamento, que já havia crescido 3% no primeiro trimestre de 2016 (em comparação com o quarto trimestre de 2015), manteve tendência ascendente, com elevação de 4,4% no segundo trimestre de 2016 (em comparação com o trimestre imediatamente anterior), impulsionado pela melhoria na geração hidroelétrica estadual.

 Agropecuária

A recuperação no conjunto do setor industrial contrasta com um comportamento mais tímido do setor agropecuário, cujo crescimento passou de 6,% no primeiro trimestre de 2016 (comparado com o último trimestre de 2015) para 2,4% no segundo trimestre de 2016 (ante o primeiro trimestre de 2016). No entanto, o agronegócio manteve uma tendência de resultados positivos que, no segundo trimestre de 2016, foi capitaneado pelo desempenho satisfatório da colheita do café arábica e da soja.

 De acordo com o pesquisador da Fundação João Pinheiro Thiago Almeida, as condições climáticas favoráveis, somadas a uma maior diversificação da colheita, impactaram positivamente os resultados. “No segundo trimestre, tivemos um grande percentual colhido das safras do arroz, amendoim, feijão e batata inglesa, além de 25% do café arábica, que sozinho representa 33% da produção agrícola do estado”, aponta.

 Serviços

No setor de serviços, a queda de 0,4% no nível de atividade foi influenciada pelas retrações nas margens de comércio e de transporte, tendo os demais subsetores, como aluguéis e administração pública, apresentado um comportamento praticamente estável, em comparação com a performance registrada no primeiro trimestre de 2016.

 Segundo Almeida, boa parte do subsetor “outros serviços”, que apresentou queda de 1,4%, está atrelada ao poder de consumo das famílias. “Perda do poder de compra, aumento do endividamento e da taxa de inadimplência, baixa confiança do consumidor e evolução da taxa de desemprego são alguns dos fatores que contribuíram para o resultado negativo do subsetor”, explica.

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