Argelino preso na Itália fica em silêncio durante interrogatório

AFP
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27/03/2016 às 15:00.
Atualizado em 16/11/2021 às 02:39

O argelino Djamal Eddine Ouali, detido neste sábado na região de Salerno, no sul da Itália, por suposta ligação com os grupos terroristas de Paris e Bruxelas, foi interrogado neste domingo na prisão mas se recusou a responder - informou uma fonte judiciária.

No final do exame feito pelo Ministério Público de Salerno, o juiz de investigações preliminares confirmou a prisão do argelino de 40 anos até que seja extraditado para a Bélgica.

O interrogatório foi feito na prisão perto de Fuorni, para onde Ouali foi transferido na noite de sábado. O investigado, como era seu direito, recusou-se a responder a perguntas, disse a mesma fonte. 

A audiência para dar o sinal verde para sua extradição está prevista para 1 de abril, segundo a fonte judicial. "Ouali será extraditado", garantiu, em entrevista à rádio Rai Uno, o comissário de polícia de Salerno, Alfredo Anzalone.

No entanto, nenhuma confirmação foi dada na investigação de outro homem supostamente ligado a Ouali, e notícias contraditórias circulam sobre a existência deste cúmplice.

Jamal Eddin Wali foi preso no sábado na pequena cidade de Bellizzi, na Campania, durante uma operação conjunta do serviço anti-terrorismo central e da Divisão de Operações Especiais (DIGOS), disse o comunicado da polícia.

Nesta região de planícies, muitos imigrantes sazonais, especialmente do Magrebe, chegam para trabalhar nos campos.

O homem é alvo de um mandado de detenção europeu emitido na Bélgica como parte de uma ampla investigação em documentos falsificados usados   pelos suicidas de Paris e Bruxelas e os seus cúmplices.

Ele é suspeito de fazer parte de uma rede criminosa que produziu documentos de identidade falsos e favoreceria, assim, a imigração ilegal.

As suspeitas dos investigadores aumentaram quando estudaram o pedido de autorização de residência feito recentemente junto ao departamento de imigração da sede da polícia.

Um homem com o mesmo nome e da mesma organização foi alvo de um mandado de busca internacional emitido pela polícia belga em 6 de janeiro.

Seu nome apareceu pela primeira vez durante as pesquisas realizadas em outubro de 2015, em Saint-Gilles, um subúrbio de Bruxelas, disse a polícia italiana.

Mil fotos digitais foram encontradas num local onde os falsificadores atuavam. Entre elas, apareciam três homens que pertencem ao grupo que planejou os ataques de 13 de novembro em Paris, dos quais Laachroui Najim, um dos kamikazes do Aeroporto de Zaventem, segundo os investigadores.

A polícia italiana entrou em contato com a Interpol e logo foi capaz de obter a confirmação de que era a mesma pessoa. O homem foi preso no sábado, enquanto estava com sua esposa em uma parada de ônibus.

"Ele não esperava ser parado, ele está na Itália há algum tempo, tem parentes aqui e sua esposa está prestes a dar à luz", disse Gerardo Cembalo, o advogado de Ouali à agência AGI.

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