Associação diz que está preocupada com retrocessos em universidades federais

Agência Brasil
30/10/2018 às 22:19.
Atualizado em 28/10/2021 às 01:31
Aulas são ministradas por alunos da graduação e da pós-graduação da Escola de Música  (UFMG/Divulgação)

Aulas são ministradas por alunos da graduação e da pós-graduação da Escola de Música (UFMG/Divulgação)

O presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Reinaldo Centoducatte, disse nesta terça-feira (30) que reitores de universidades federais estão preocupados com possíveis retrocessos na educação.

“Nós consideramos fundamental e necessário que aquilo que foi conquistado e que está expresso na nossa Constituição Federal tenha valor e seja respeitado”, disse Centoducatte à Agência Brasil.

Hoje (30), em Brasília, ocorreu a primeira reunião do pleno da Andifes após o processo eleitoral. Os últimos acontecimentos envolvendo as instituições foram tema debatido pelos dirigentes. Na semana que antecedeu o segundo turno, as universidades sofreram ações de fiscalização, posteriormente suspensas pela ministra Carmén Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF).

“Nós discutimos, fizemos uma avaliação, temos uma preocupação com o acirramento e a retórica dentro dessa disputa eleitoral, de considerações que podem acirrar ânimos daqueles que possam ser influenciados pela fala de determinadas lideranças que colocam em risco ou promovam a possibilidade de retrocesso daquilo que foi conquistado, que é o estado democrático de direito”, diz.

Centoducatte defende que é preciso respeitar os pensamentos diversos e as universidades devem ser capazes de abarcar todas as formas de pensamento. “Nós não temos que ser intolerantes, nós temos que respeitar todas as formas de pensar, todas as formas de expressão, nós estamos em uma democracia, deixa as pessoas professarem as suas fés”, diz.

Insegurança

Após as eleições, professores vivem clima de insegurança. A deputada eleita estadual de Santa Catarina, Ana Caroline Campagnolo (PSL), chegou a recomendar que estudantes gravassem aulas e fizessem denúncias sobre professores que manifestassem opiniões políticas contrárias a Bolsonaro. O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) entrou nesta terça com ação na Justiça contra a deputada estadual.

Atos de apoiadores do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) assustam a comunidade acadêmica. Na Universidade de Brasília (UnB), aulas chegaram a ser suspensas, mas o ato não teve conflitos.

Centoducatte diz que a Andifes está à disposição para dialogar com Bolsonaro e a equipe do novo governo desde agora, antes de assumirem. “Temos que continuar a fortalecer e a construir o nosso país”.  

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