Ausência de testemunha atrasa julgamento do Carandiru

Luciano Bottini Filho
31/03/2014 às 16:21.
Atualizado em 18/11/2021 às 01:51

Adiada por uma manobra da defesa no dia 18 de fevereiro, quando o advogado dos réus abandonou o plenário, a quinta e última etapa do julgamento do Carandiru correu novamente o risco de ser dissolvida nesta segunda-feira, 31. Isso porque uma testemunha de defesa faltou à audiência, marcada para começar às 9h. O agente penitenciário aposentado Francisco Carlos Leme foi localizada no começo da tarde e a sessão teve início às 13h40. Sua participação era considerada indispensável pela defesa.

Nesta fase do maior processo da história do júri no País, são acusados 15 policiais do Comando de Operações Especiais (Coe), denunciados por oito mortes que poderão somar mais 1.440 anos de prisão à contabilidade de condenações.

Somadas, as penas individuais do caso chegam ao recorde no júri de 20.156 anos de prisão para 58 PMs considerados culpados em três primeiros julgamentos.

Os policiais em juízo participaram da invasão do Pavilhão 9 da Casa de Detenção de São Paulo, em 2 de outubro de 1992. A operação da PM deixou 111 mortos e o processo já dura quase 22 anos. Nesse tempo, acumulou 130 volumes, 111 apensos e 50 mil páginas.

O novo conselho de sentença do júri será composto por seis homens e uma mulher. O júri ouvirá apenas quatro testemunhas das 11 que foram convocadas: uma pela acusação e três pela defesa. Em fevereiro, o julgamento deste pavimento foi cancelado, depois que o advogado Celso Vendramini abandou o plenário.

O perito do caso Carandiru, Osvaldo Negrini, será o primeiro a prestar depoimento, por parte do Ministério Público.

As testemunhas de defesa são o agente penitenciário, o ex-secretário de Segurança Pública Pedro Franco de Campos e o desembargador Fernando Torres, que era juiz-corregedor dos presídios de São Paulo em 2 de outubro de 1992.

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