Autora de "A Mulher V" leva esperança a mães presas

Michelle Maia - Do Hoje em Dia
09/03/2013 às 07:11.
Atualizado em 21/11/2021 às 01:43
 (Marcelo Prates/Hoje em Dia)

(Marcelo Prates/Hoje em Dia)

Carinho, incentivo e esperança substituíram a revolta, o desânimo e desmotivação às futuras mamães e mulheres detentas com bebês recém-nascidos do Centro de Referência à Gestante Privada de Liberdade. Por meio das experiências pessoais e da fé, a escritora Cristiane Cardoso, autora de “A Mulher V” – que entrou no ano passado na lista dos livros mais vendidos do país, com mais de um milhão de cópias – esteve no local transmitindo, de forma descontraída e sincera, a confiança e a certeza de que, apesar das circunstâncias, toda mulher tem o seu valor.

“Mesmo que tudo ao redor esteja errado, isso não quer dizer que a mulher não tem o seu valor. O livro vai te mostrar como tirar proveito dessa situação. Você tem que estar bem interiormente, descobrir sua importância. Quando isso acontecer, não importa a dificuldade que vai enfrentar que mesmo assim você vai estar bem”, disse Cristiane. Ela convidou as detentas a acompanharem parte da leitura com a edição especial do livro que ganharam de presente, relançado ontem em todo Brasil.

Depois da palestra, cada uma das 48 detentas ganharam um kit de higiene e um lanche preparado pelo grupo Godllywood, coordenado pela autora. Cristiane autografou os exemplares e conversou com algumas delas. Aline Aparecida Muniz, de 31 anos, se emocionou ao falar das perspectivas para o futuro, depois da visita.
 


Após a palestra, cada uma das 48 detentas ganharam um kit de higiene e um lanche. (Foto: Hoje em Dia)

Dia especial


“Hoje o dia foi especial porque ao interagirmos com pessoas diferentes mostramos que também somos seres humanos, e apesar dos nossos erros, também sabemos dar carinho”, disse. “Aprendi a cuidar, a ser mulher, a ser mãe, valorizar minha beleza. Esse livro vai me preparar para quando sair daqui e me ensinar a recuperar tudo que as drogas me tirou. Estou muito feliz.”

Já Ana Carla Souza Lima, de 22 anos, disse que a visita veio na hora certa. “Estava precisando ouvir isso. Quero apagar o passado e viver o futuro, sair daqui e ser a mulher que nunca fui”, afirmou a detenta grávida de nove meses. “Sofri muito desde os meus 12 anos com os abusos sexuais do meu padrasto, tanto que até tive uma filha com ele. Isso me fez crescer revoltada, com marcas horríveis. Agora tenho a esperança de que tudo pode mudar”, afirmou.

As detentas grávidas que cumprem pena em unidades prisionais de Minas são transferidas para o Centro de Referência à Gestante Privada de Liberdade, em Vespasiano, durante a gestação. O local abriga presas com filhos de até um ano.

 

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