(Reprodução/Instagram )
Mais denúncias sobre supostos desvios cometidos pelo executivo franco-brasileiro Carlos Ghosn, 64 anos, ex-presidente da Nissan Motor, foram encaminhadas à Promotoria de Justiça de Tóquio, no Japão. Preso desde o mês passado, Ghosn teve o pedido de detenção prorrogado por mais dez dias, podendo ser ampliado.
Os investigadores apuram se a empresa de gestão de ativos, com a qual o executivo negociava, mantinha um contrato de troca de moedas com o Shinsei Bank, com sede em Tóquio. Há informações de que o banco solicitou garantia adicional, Ghosn propôs mudar os direitos de negociação para a Nissan.
Em meio às negociações, o banco pediu ao executivo para obter a aprovação da diretoria da Nissan. Ghosn teria pressionado o conselho da montadora a aprovar o plano sem revelar que estava relacionado ao seu comércio pessoal.
Os diretores teriam sido informados de que um alto funcionário da secretaria da empresa, que era o assessor próximo de Ghosn, estaria encarregado do comércio de moedas.
Segundo a defesa do executivo, ele mudou os direitos de negociação para a Nissan, mas não causou nenhum dano à montadora porque assumiu as perdas que foram incorridas durante esse período. Ghosn nega a alegação de quebra de confiança agravada.
Prisão
No domingo (23) o Tribunal Distrital de Tóquio acatou o pedido da Procuradoria de Justiça de prorrogar por mais dez dias a prisão do executivo franco-brasileiro, que permanecerá sob custódia até 1º de janeiro.
Há dois dias houve uma nova ordem de prisão contra Ghosn. Além da denúncia de fraude, ele é acusado de fazer transferência de recursos de investimentos privados para a empresa, no valor de US$ 14 milhões para uma subsidiária da montadora dirigida por um amigo na Arábia Saudita.
De acordo com a defesa de Ghosn, o saudita é uma figura rica e conhecida, que já havia ajudado a resolver problemas da Nissan no país do Oriente Médio. Segundo Ghosn, o saudita é próximo da família real e também trabalhou como lobista da Nissan.
Leia mais:
Justiça japonesa prorroga por mais 10 dias a prisão de Ghosn
Representantes de Ghosn resgatam bens em apartamento no Rio de Janeiro
Antes de ser preso em Tóquio, Carlos Ghosn planejava substituir CEO da Nissan
Queda dramática de Carlos Ghosn reverbera no Líbano
Ex-presidente da Nissan nega ter sonegado lucros